Irmão de Nana Caymmi reclama de politização da morte e justifica opiniões da cantora
Nana Caymmi faleceu nesta semana
Publicado em 04/05/2025 às 21:20
No sábado (3), um dia após o enterro da cantora Nana Caymmi, seu irmão, o também músico Danilo Caymmi, fez uma declaração pública sobre o uso político do nome da artista. Em fala emocionada, Danilo criticou a associação da imagem da irmã à polarização atual, principalmente por parte de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Acho que falo em nome de todos, principalmente da minha irmã, sobre o aproveitamento político que está sendo feito com relação a ela", disse Danilo, durante homenagem póstuma. "Para vocês terem uma ideia, a Nana não tinha celular, não tinha e-mail, não tinha rede social, alheia aos acontecimentos há, no mínimo, dez anos. Então isso é muito grave."
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Nana Caymmi apoiou Bolsonaro
Nana Caymmi declarou apoio à candidatura de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e chegou a fazer críticas públicas a artistas contrários ao então candidato. Em entrevista à época, chegou a dizer que "muitos músicos vivem de dinheiro público" e que a classe artística estava "descolada do povo".
A manifestação política de Nana gerou reações entre colegas do meio artístico e contribuiu para seu afastamento de parte do público. Apesar da repercussão, Danilo afirma que a posição da irmã não refletia uma análise política aprofundada.
"A opinião política dela era completamente superficial. Não tinha essa profundidade. Falo para as pessoas que gostam da Nana, dos artistas que ela ofendeu, de certa maneira. Era muito superficial. Acho que ela foi manipulada com relação a essas coisas", afirmou.
Bolsonaro lamenta morte da cantora
O ex-presidente Jair Bolsonaro usou suas redes sociais para comentar a morte da artista. "Recebo com grande pesar a notícia do falecimento de Nana Caymmi, uma das vozes mais marcantes da nossa música. Filha de Dorival, Nana carregava em sua arte a força de uma linhagem que sempre engrandeceu a cultura brasileira."
A publicação foi seguida por diversas manifestações de pesar, incluindo de apoiadores do ex-presidente que relembraram o apoio de Nana ao governo anterior. No entanto, para Danilo, esse tipo de associação não condiz com os últimos anos de vida da irmã. "É muito difícil para mim ver esse aproveitamento político num Brasil polarizado", concluiu.
Nana Caymmi faleceu aos 83 anos. Filha de Dorival Caymmi, consolidou-se como uma das principais intérpretes da MPB, com uma carreira marcada por parcerias com nomes como Tom Jobim, Milton Nascimento e César Camargo Mariano. O velório e enterro da cantora reuniram familiares, amigos e fãs.
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