Limite do emocional

Dinâmica do Big Brother Holanda é detonada por psicólogo: "Crueldade"

Reality apostou em testar o emocional dos participantes ao extremo


Participante holandês chorando
Participante holandês vai às lágrimas com dinâmica polêmica - Foto: Reprodução/YouTube
Por Thiago Forato

Publicado em 22/03/2023 às 06:22,
atualizado em 22/03/2023 às 10:07

O Big Brother da Holanda inovou neste ano ao promover uma dinâmica que consiste em fazer com que os participassem atinjam o máximo nível de descontrole emocional. Em determinado momento do dia, o diretor dizia a palavra "free" e todos os brothers ficavam paralisados. Ali, entrava alguém importante para alguém deles e era proibido se mexer ou falar para não ser eliminado. "Uma prova como essa ultrapassa os limites humanamente aceitáveis", diz Alexander Bez, psicólogo e especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico e Saúde Mental pela Universidade da Califórnia, ao NaTelinha.

De acordo com Bez, essa é uma dinâmica que testa o limite máximo da tolerância individual. "Não obstante, psicologicamente falando, há também uma certa dose de crueldade (por parte dos idealizadores dessa dinâmica), posto que realities shows naturalmente mexem com o aparelho mental", completa.

Para ele, isso acarreta em sequelas emocionais em dobro ao participante. "Pode haver sintomatologias associadas à ansiedade que se farão como: ‘Sintomas Ansiosos Tardios’. Onde não serão desenvolvidos num primeiro instante, mas que podem aparecer até após o término do reality."

Psicologicamente falando, uma dinâmica como essa não é saudável e o profissional lamenta: "Nem muito menos deveria constar nas opções de provas". "Provas como essas, podem fazer aparecer sintomas que já estavam ali e só precisavam de um estímulo, e/ou são tão mentalmente viscerais que podem desencadear ansiedade e pânico, até mesmo para quem nunca teve essa tendência sintomatológica antes."

Dinâmica do Big Brother Holanda é banalização, diz

Alexander Bez reforça que a produção do reality holandês jogou pesado. "Seria uma banalização da própria edição do reality, porque há limites para atrair público e audiências", enfatiza.

"Uma prova como essa ultrapassa os limites humanamente aceitáveis, dentro de uma escala de normalidade de provas de realities. Acredito que o interesse único é a audiência apenas."

Alexander Bez, Psicólogo

Questionado sobre o que uma dinâmica como essa traz de positivo, é taxativo: "Absolutamente nada. Não é em realities que as pessoas irão superar obstáculos emocionais, não é o local. O correto para se superar isso é em sessões de terapia, num ambiente adequado, sem exposição, sob a observação de um psicólogo e/ou psiquiatra. Essa dinâmica tem tudo parra desenvolver seríssimos sintomas de ansiedade e depressão, assim como uma longa lista de derivados de ambos".

Aqui fora, Bez acredita que não teria motivo para fazer uma dinâmica como essa e comparar os comportamentos de quem está submetido a uma pressão parecida de confinamento. "Qual seria o propósito? Não haveria razão suficiente", encerra.

Veja uma parte da dinâmica promovida pelos holandeses no Big Brother:

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