Depois do 7 a 1 e do 'golpe', Emilly é a campeã do "BBB17"
Enfoque NT analisa a vitória de Emilly no reality da Globo
Publicado em 14/04/2017 às 00:00
Calma, caro internauta. O título do texto é puramente uma hipérbole. Não quero igualar os acontecimentos, o do 7 a 1 sofrido pela seleção brasileira na Copa do Mundo em 2014 e o impeachment (ou golpe, na visão de alguns) sofrido por Dilma Roussef no ano passado.
Emilly se sagrou campeã desta edição do "Big Brother Brasil" com 58% dos votos. Foi protagonista? É claro que foi. Esteve envolvida nas maiores polêmicas e grande parte das notícias que saíam acerca do reality, seu nome estava lá.
Mas esse protagonismo foi um tanto quanto carregado com ações duvidosas. Não vou colocar em xeque o caráter da gêmea, mas por vezes, demonstrou seu egoísmo, pedantismo, individualismo, soberba, empáfia e imaturidade, cobrando em doses cavalares seu "ficante" Marcos. A cobrança foi tanta que o cirurgião explodiu.
Explodiu porque teve uma Emilly buzinando no seu ouvido de que queria ser "defendida" e que ele nada fazia nesse aspecto. Não é uma justificativa para o comportamento de Marcos. Longe disso. Mas isso prova o que uma mulher como a Emilly é capaz de fazer com um homem dono de um psicológico não tão forte. É destruição na certa.
Emilly afastou Marcos de toda a casa, num egoísmo do tamanho de sua autoestima. Se conversava com outros participantes, fazia cara feia e questionava. O elo que tinha com Ilmar se quebrou e ela foi uma das responsáveis por isso.
Uma cena emblemática é a da jovem indo pedir desculpas a Ilmar no quarto, mas ele estava dormindo. Ela insistiu em pedir desculpas com o advogado dormindo. O que esperava? Nos últimos dias, ela foi acordada por Marcos e disse: "Você não me respeita, Marcos, não está vendo que estou dormindo?". Dá pra acreditar?
Ingênua ou dissimulada? Quantas lágrimas de fato caíram de seu rosto ao longo desses quase três meses? Confesso que a grande maioria não deu pra ver. Talvez somente quem tenha uma TV 4K tenha conseguido enxergar o detalhe.
Foi só Marcos sair do "BBB17" para que a paz se instaurasse dentro da casa. E como a própria gaúcha fez questão de dizer, "a energia estava boa". Até as pazes com seu "algoz", Vivian, foi feita. Algoz somente na sua cabeça, é claro. Passou um sentimento de comparação, de ciúme, que ultrapassaram o limite do saudável a cada vez que o cirurgião se aproximava da manauara. Não à toa, Marcos não podia chegar perto. Insegurança.
Vivian, a quem muitos chamam de planta, realmente ficou na sua. Não protagonizou barracos antagônicos, e embora tenha tido alguns deslizes no início, mostrou uma conduta exemplar na reta final.
Disse que Marcos não gritaria com outras meninas na sua frente. "Mexeu com uma, mexeu com todas". Parecia até que estava adivinhando o que estava sucedendo aqui fora.
Quando o cirurgião plástico deixou o reality, falou palavras confortantes à Emilly e tentou tranquilizá-la, juntamente com Ieda.
Todos os defeitos que a gêmea apresentou na convivência, os fãs, e Marcos, por exemplo, atribuíram à idade: 20 anos. Vivian tem 23, tem uma carreira, é madura e no que tange ao aspecto comportamental, um abismo separa as duas. Será que três anos é tanto assim pra justificar um montante de graves defeitos de Emilly?
Cabe a questão: todos os defeitos da gaúcha (que são gravíssimos) são justificáveis (ela tem só 20 anos, né?), e dos outros participantes não são?
Ieda apareceu como jogadora. Fez de tudo para não ir ao Paredão. E quando foi, não sofreu riscos por ter concorrentes que o público queria logo fora do jogo. E conseguiu chegar até a final.
Emilly é certamente a campeã mais controversa e desqualificada, como disse Marinalva, da história do "Big Brother Brasil". E quer queira ou não, esse programa é sim, um reflexo da sociedade. Vê-la levando o prêmio máximo é, de fato, preocupante.
Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há 12 anos e assina a coluna Enfoque NT há seis, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br | Twitter: @tforatto