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"O Aqui Agora de 2008 errou na montagem", diz James Ackel, ex-integrante do programa

Jornalista comenta a decisão de Silvio Santos de ressuscitar a atração há 17 anos

James Ackel integrou a equipe do Aqui Agora em 2008, que ficou pouco mais de um mês no ar - Foto: Divulgação/Reprodução/SBT/Montagem NaTelinha
Por João Paulo Dell Santo

Publicado em 26/05/2025 às 08:00:00,
atualizado em 26/05/2025 às 10:36:50

Clássico do SBT, o Aqui Agora retorna ao vídeo no próximo dia 2 de junho, agora com Felipe Macedo, o Macedão, e Dani Brandi na apresentação. Para tirar do papel a nova versão do jornalístico, o canal recorreu ao diretor Alan Rapp, ex-Pânico.

Além da primeira versão, que fez enorme sucesso entre maio de 1991 e dezembro de 1997, em 2008, Silvio Santos (1930-2024) estreou às pressas uma releitura que durou pouco mais de um mês no ar e reuniu nomes como Luiz Bacci, Christina Rocha, Joyce Ribeiro e Herbert de Souza, este último demitido após esmurrar a cara de um produtor da atração por divergências envolvendo o seu posicionamento no palco.

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Na remontagem de 17 anos atrás, o SBT foi buscar referências que passaram pelo original, como Madalena Bonfiglioli e Felisberto Duarte (1937-2008), o Feliz, responsável pela previsão do tempo, e também novos rostos, como o jornalista James Ackel, à frente do noticiário de celebridades.

Em conversa com a reportagem do NaTelinha, James faz uma análise sobre o que motivou o fracasso do projeto em 2008 e aproveita para deixar um alerta para a equipe do novo Aqui Agora, que terá pela frente as concorrências do Cidade Alerta (Record), Brasil Urgente (Band) e Repórter Cidadão (RedeTV!).

"A montagem e a recriação de Aqui Agora em 2008 não teve o carisma nem a estratégia dos anos 90", crava Ackel, que criou uma coluna de variedades onde contava os bastidores dos poderosos e famosos.

"Em 1991, a estratégia do Aqui Agora era a grande variedade de personagens, com todos os tipos de perfis que encantavam a dona de casa. Até as coisas que as donas de casa não gostavam, como comentários de uns e outros, eram atrativos no programa. Mas em 2008 isso deixou de existir", comenta o jornalista, produtor, diretor e crítico de TV.

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James Ackel não aponta nomes, mas revela que uma determinada pessoa da equipe de direção era muito elitista e impedia que o Aqui Agora tivesse perfil popular. "Uma vez eu perdi a paciência e quase fui embora", conta.

Mas a história mais curiosa contada pelo jornalista envolve um detalhe inusitado. "Quando fui contratado, o gerente financeiro do SBT me pediu os dados da minha empresa para formalizar a documentação. Então eu disse para ele fazer o contrato em meu próprio nome, porque o Silvio acabaria com o programa em um mês. E o Silvio acabou com o programa em 35 dias", recorda James.

"A grande coincidência nessa história toda era que a nossa audiência era superior à do Qual É a Música, que passava no fim da tarde de domingo", lembra Ackel, corroborando para a tese que circulou durante anos nos bastidores do SBT, de que o patrão não tolerava que seus programas marcassem menos audiência que os de seus contratados.

"O diretor escolhido para o novo Aqui Agora, o Alan Rapp, deveria estudar o Aqui Agora de 1991 para saber o que deu certo, mas ele tem um sucesso na carreira de nome Pânico e com certeza saberá encontrar o caminho da roça", afirma o jornalista, que no momento presta serviços a uma grande emissora de TV.

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