Publicado em 08/11/2024 às 04:44:00
Em meio a uma crise de criatividade sem precedentes em sua dramaturgia, a Globo pode ter repetido em 2024 uma decisão tomada há 40 anos que lhe rendeu muitas dores de cabeça. Em 1984, a direção do plim plim ameaçou produzir Pantanal no horário das 18h, mas voltou atrás. Em 1990, a extinta TV Manchete bancou o projeto e colheu os frutos de um estrondoso sucesso.
Quatro décadas atrás, o canal da família Bloch não só viu o potencial da trama, como também promoveu as contratações de Benedito Ruy Barbosa e Jayme Monjardim a peso de ouro. O autor e diretor puxaram uma fila de astros globais do primeiro time para estrelar o folhetim, a exemplo de Cláudio Marzo (1940-2015), Cássia Kis, Nathalia Timberg, Marcos Palmeira, Marcos Caruso, Ângela Leal e Rosamaria Murtinho.
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Em 2022, em um dos movimentos mais surpreendentes da história da TV brasileira, a Globo reconheceu o erro e produziu o remake de Pantanal no horário das 21h, dessa vez com consultoria de Benedito e direção de Rogério Gomes e Gustavo Fernández. Mais uma vez a história fisgou o público e alcançou altos índices de audiência.
Meses atrás, o mesmo Jayme Monjardim levou a ideia de uma novela, batizada de Romaria, à direção da emissora, que considerou a trama de difícil realização. Em julho, após 26 anos de casa, o profissional anunciou o fim de seu contrato com o plim plim.
Desde então, o diretor buscou interessados em tirar o projeto do papel, cujo argumento foi criado por ele para ser desenvolvido por outra pessoa - no caso, Letícia Wierzchowski, autora do romance homônimo que inspirou a minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003).
Na sequência do não da Globo, Monjardim procurou o SBT a fim de viabilizar a obra, mas também recebeu uma negativa da rede dos Abravanel diante da temática católica de Romaria. Agora, Jayme toca a ideia junto com a Band e sua produtora, a Putz Creators. A intenção é estrear o folhetim no segundo semestre de 2025. A produção, no entanto, precisa se pagar antes de tudo.
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Romaria, no entanto, flerta com aquele tipo de dramaturgia que hoje está restrita ao Viva e ao Globoplay nos domínios globais. É um folhetim convencional, com drama, aventura e romance, mas que se guia pelo principal ingrediente do gênero: a emoção.
O enredo tem como base as relações de uma família de sete irmãos, que perdem os pais e acabam se afastando em meio a brigas e tragédias pessoais. Anos depois, eles se reencontram durante uma romaria no interior do Brasil, deflagrando uma busca pela reconstrução dessas ligações que se perderam com o tempo.
Como Romaria se desenvolve a partir do culto dos católicos à figura de Nossa Senhora Aparecida, o projeto não foi bem aceito pela Globo, que tem buscado se aproximar dos evangélicos. A decisão, porém, pode custar caro.
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