Publicado em 16/08/2024 às 16:54:00,
atualizado em 16/08/2024 às 17:00:48
Longe das novelas desde Salve-se Quem Puder, em 2020, Betty Faria se prepara para retornar ao gênero na próxima trama das sete da Globo, Volta por Cima, cuja estreia ocorrerá em 30 de setembro. No folhetim escrito por Claudia Souto, a veterana será Belissa, uma socialite falida.
"Minha personagem é uma mulher que foi rica e agora não é mais. Está decadente. Ela vai procurar um caminho gostoso para sobreviver. É uma coisa engraçada, interessante. Fico feliz em participar de um trabalho que tem protagonismo preto, principalmente neste momento de radicalizações em todo o mundo. O poder da novela sempre foi muito grande", comentou Betty Faria em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo.
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Aos 83 anos, a atriz disse que vê com naturalidade os convites para a sua faixa etária diminuírem. "Acho que faz parte da realidade do audiovisual. As histórias não são focadas nas pessoas mais velhas, salvo algumas exceções. Às vezes, há um bom papel para uma pessoa mais velha, às vezes, um protagonista idoso. Acho insuportável essa cobrança de que se deve escrever para os mais velhos. Coitados dos autores", opinou.
"Não acho isso gostoso, acho fora da realidade internacional. Repare bem nos filmes e veja as faixas etárias dos protagonistas. Felizmente, não me falta trabalho. Venho sendo chamada para trabalhos sem parar. Esse discurso de 'os autores têm que escrever para os velhinhos', 'os influenciadores não podem trabalhar', isso acho horrível. Acho discriminatório. Não estou aqui para discriminar ninguém; quero mais é que as pessoas sejam felizes e encontrem seu caminho", completou.
"O certo é que os velhos artistas que não tiveram a sorte que eu tive sejam protegidos em suas casinhas no retiro, com assistência médica, com boa alimentação e com um fim de vida gostoso. Gostaria que fosse criada uma lei para que todos os artistas que tenham um contrato tenham que doar uma percentagem para o Retiro dos Artistas", revelou Betty.
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Além das novelas, Betty Faria não deixou o cinema e o teatro de lado. Recentemente, a atriz protagonizou o curta-metragem Como Chorar Sem Derreter, que foi dirigido por sua neta, Giulia Butler.
"Foi uma coisa amorosa, um curta que ela fez para a formatura da faculdade de cinema. Fiquei muito feliz, porque ele foi selecionado para o Festival de Cinema de Vitória e depois para o Festival Internacional de Cinema de Paraty, onde ela ganhou o prêmio de melhor direção. Ela é mais cinéfila do que eu, está há anos vendo três filmes por dia, entende de cinematografia a fundo e conhece mais diretores do que eu", relatou.
Por fim, Betty analisou esse clima bélico nas redes sociais em razão das pautas políticas. "Acho que todo ser humano quer ser apreciado. Ninguém gosta de levar pancada, ninguém gosta de apanhar. Não é agradável. Tanto é que não tenho me manifestado politicamente. Ando bastante quieta e discreta, porque andei apanhando bastante nas redes sociais", admitiu.
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