Rico, o empresário mantém até hoje os costumes de quem foi criado no subúrbio carioca. Casado com Rosana (Viviane Araújo), começou a trabalhar ainda menino, passando por todos setores da empresa. Agora, quer preparar o filho, Nando (João Gabriel D'Alua), para assumir o seu lugar um dia.
O protagonismo preto foi um dos temas abordados e comemorados pela produção e parte do elenco durante coletiva virtual, com a presença do NaTelinha e demais profissionais da imprensa, na última terça-feira (11).
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Entre eles Betty Faria, que retorna às novelas depois de quatro anos. Seu último trabalho foi em Salve-se Quem Puder (2020). "Domar o ego [atores]. Muito importante ter protagonistas jovens e pretos", disparou.
Aos 83 anos, a atriz fez questão de elogiar a iniciativa da autora, do diretor e da própria emissora carioca, pelo que se referiu como "proposta revolucionária".
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"Quando o André [Câmara] me convidou para fazer esse personagem, e me expôs a história, eu vi a importância dessa novela nesse momento, essa ideia, proposta revolucionária da TV Globo, da Claudia [Souto] e do André [Câmara]. Um momento que temos de virar essa moeda mesmo".
Betty Faria
"Porque com a extrema direita, o neofascismo, estando no mundo, contra negros, gays... Pessoas que não prestam para os interesses dele... Me senti bem de abraçar esse projeto", acrescentou.
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Na trama, Betty Faria é Belisa, irmã mais velha dos Góis de Macedo, trio formado, ainda, por Joyce (Drica Moraes) e Gigi (Rodrigo Fagundes). Família quatrocentona, falida, cheia de preconceitos e que vive de aparência.
Moram em uma mansão com um único funcionário, o mordomo Sebastian, vindo do nordeste, que é quem banca tudo. "Ele é o uico daquela casa que tem dinheiro. Tem prazer de cuidar daquela família... Cuida da casa, faz compras... é o patrão [risos]", brinca Fabio Lago.
Betty Faria chama a atenção para o trabalho análogo à escravidão do personagem do ator. "O Brasil parou com a escravatura recentmente, não dentro do coração das pessoas mais ricas", complementou.
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Ainda, sobre o núcleo da atriz, a veterana antecipa que essa família tem preconceitos de castas, cujo conceito divide indivíduos em grupos dentro de uma sociedade. Preconceitos econômicos, culturais e religiosos, dentre outros.
"Sem dinheiro, eles perdem o chão, todas as referencias. Eles estão baixando de classe social, mas a casta não vai baixar nunca, porque foram criados assim. E isso existe! Há famílias que fazem isso".
"Eu sou muito rico", vibra Ailton Graça sobre personagem
Volta por Cima traz duas famílias pretas distintas. De um lado temos os Bacelar, chefiada pelo milionário Edson. Do outro os Souza, composta pelo motorista de ônibus Lindomar (MV Bill), a esposa Doralice (Thereza Seiblitz), e as filhas Madá (Jéssica Ellen) e Tati (Bia Santana).
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Esta é a primeira vez, desde a estreia de Ailton Graça na TV, em América (2005), que o ator de 60 anos interpreta um personagem cheio do dinheiro.
"Minha casa ocupa mais de um estúdio. Nunca vi isso antes! [risos]. 'Pretagonismo' e afetividade que precisam ser representados, escritos".
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Ailton Graça
"Temos enfrentado esse mundo que insiste em uma carga energética que acreditávamos já ter passado, a existência que sufoca a do outro pela extrema direita. Nessa novela, o Brasil dialogo com o mundo. Todos dentro desse grande balaio fortalecendo a bandeira da origem da humanidade", concluiu o ator.
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