Camila Morgado aponta personagem da vida real como inspiração para seu papel em Renascer

Em Renascer, Camila Morgado começa como uma mulher que foi abdicada até do próprio nome por causa de um marido opressor. Como dona Patroa, a personagem conhecia apenas os dissabores.

A partir do momento que se libertou, Iolanda descobriu muito mais do que o nome próprio, mas o amor por si, pela vida e por Rachid (Almir Sater), com quem tem protagonizado cenas quentes e, também, muito divertidas.

Em conversa com o NaTelinha e outros veículos de imprensa, nos Estúdios Globo, Camila Morgado falou um pouco mais sobre a personagem e confessou que sua manicure, Katerine, é quem lhe auxiliou a encontrar o tom para essa mulher religiosa.

"Eu tenho uma pessoa, que é muito religiosa, e ela que me ajudou a construir, que é a minha manicure, Katerine. Ela acompanha, manda áudio... Ela diz: 'Fala isso! Agora que o marido vai largar ela, você tem que falar que ela tá endemoniada' [risos]. 'Camila, não tem essa coisa muito discreta. É gritado o tempo inteiro...'".

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Camila Morgado

"Eu não sei, talvez essa forma de falar é uma catarse. Quando a pessoa é muito religiosa, a catarse faz parte porque é a forma que você encontra para estar mais próxima da sua fé. Então, eu tô fazendo o que me ensinaram", acrescenta.

A atriz lembra que uma das cenas de maior repercussão positiva foi a que ela surge com o vidrinho de óleo ungindo a parede. "Foi um sucesso, porque as pessoas se sentiram representadas. E acontece isso...", garante. 

"Por exemplo, a mãe do Juan [Paiva] faz isso. Ele falou: 'Camila, às vezes na minha casa fica até a mancha na parede por causa do óleo, porque você passa óleo em tudo quanto é coisa'", contou. "Então, as pessoa que eu encontro na rua dizem: 'Nossa, você tá igual! A gente faz exatamente assim, a gente ora com a mão pra cima...'", recorda.

Camila confessa que quando recebeu o convite para o papel teve medo da comparação com outra personagem de Benedito Ruy Barbosa, a Maria Bruaca, de Pantanal, mas Bruno Luperi, autor do remake de Renascer, lhe tranquilizou.

+ Renascer: Dona Patroa troca Egídio e Rachid por Joana e muda de vida

"'Elas vêm do mesmo lugar, esposa de coronel, submissão, mas se você olhar de perto é completamente diferente. Fica tranquila porque é diferente'. E como novela é essa coisa que você vai recebendo aos poucos, hoje, aquela minha preocupação já não existe mais".

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Atriz gostaria que personagem terminasse a trama sozinha

Em Renascer, dona Patroa se cansou da vida de humilhações ao lado de Egídio (Vladimir Brichta) e foi embora. Morando no antigo bordel de Jacutinga (Juliana Paes), a personagem de Camila Morgado assumiu seu nome de batismo, Iolanda, e encontrou outro tipo de amor ao lado de Rachid.

"É um personagem muito bonito, simbólico, pra nós, mulheres. Que viveu em apagamento, não tinha nem nome, era vista como 'Dona Patroa'. De repente, ela começa a se enxergar como Iolanda e a traçar toda uma trajetória desse arco dramático, das mulheres que vivem em apagamento, na submissão".

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"A gente tá vivendo esse momento de descoberta dela. Ela conseguiu entender que estava em um relacionamento abusivo e saiu, porque é muito difícil. A gente sabe disso, sabe os números de feminicídio e de violência doméstica, sabe o quanto é difícil esse trabalho psicológico da pessoa entender e conseguir sair", observa a atriz.

Para Camila, ainda é um processo lento já que agora, com a ajuda do Rachid, é que Iolanda está se descobrindo como uma mulher com desejo real. "Não é um desejo como o marido gostaria... Ela está em um momento de muito desejo. A gente vê a Iolanda, assim, muito quente, calorosa, e se descobrindo enquanto mulher", opina.

Com relação a Rachid, a atriz elogia o casal e a parceria com Almir Sater. "Ela e Rachid funcionaram muito bem. A torcida por eles é grande. É muito linda a relação deles, o trabalho do Almir [Sater] está esplendoroso", comemora.

Por outro lado, Camila adianta que vai chegar o momento em que Iolanda percebe que pode ser uma mulher independente. Então, ela não descarta a possibilidade de a personagem terminar a trama sozinha, o que acharia maravilhoso.

+ Renascer: Rachid troca Dona Patroa por Jacutinga; entenda

"É muito bonita a trajetória dela, sabe? Ela se tornar uma mulher que não precisa depender de homem nenhum pra ser feliz. Ela pode conseguir isso com ela mesma".

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"Eu acho muito bom fazer essa trajetória de uma mulher que é desejada, é desejante, que tem uma vida sexual ativa, e que pode viver sozinha, sim, e ser muito feliz, porque hoje em dia essa é a realidade de muitas mulheres. Pode virar uma transante [risos], mas a gente ainda não sabe", conclui.