Ator defende jogador bad boy de “Bom Sucesso”: “Ele não é mau caráter"

No ar em “Bom Sucesso” como o jogador de basquete Vicente, Gabriel Contente saiu em defesa do seu personagem mesmo sabendo que estamos diante de um bad boy.

“Total! No sentido bad e no sentido boy, porque ele é esse menino mimado, que não aceita nada que vá contra o que ele quer”, analisa em entrevista exclusiva ao NaTelinha. “O Vicente não é um cara mau caráter, ele é só um cara equivocado”, alega. 

Formado pela Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), o jovem de 23 anos costuma dizer que um papel nada mais é do que o ator em circunstâncias diferentes. Por isso, sempre empresta um pouco de si para seus personagens.    

“Outro pensamento ético, com outro tipo de caráter, uma criação diferente... Que passou por lugares diferentes. Tem outros tipos de tensões, de medo e preconceitos...”, diz. “O Vicente sou eu naquela situação de vida”, explica.

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“O que eu acho semelhante em mim e no Vicente é a forma de seduzir. Ele tem uma coisa de sedução, do deboche, da ironia... A ironia tem certa sedução, isso é emprestado meu. Eu sou bem irônico e debochado” [risos], entrega-se.    

Por outro lado, Gabriel chama a atenção para o fato de o personagem cometer assédio na cena em que bate no bumbum da Gabriela, algo que ele jamais faria devido a sua criação e ao exemplo que teve dos pais em casa. “Eu nunca faria isso!”, defende-se.  

Filho de Eugenia (Helena Fernandes) e Machado (Eduardo Galvão), o jogador de basquete foi muito mimado pelos pais. Para Gabriel, que também é filho único, ele entende essa superproteção. Porém, diferente do intérprete, acredita que o rapaz se sinta rejeitado. 

“Vicente é um cara que lida com as coisas de uma forma mais explosiva, eu já sou um cara que tem maturidade”, compara. “Os pais dele não têm paciência, os meus me escutavam, nossa relação foi de muito diálogo. Nunca me senti rejeitado. Eu acho que o Vicente se sente muito rejeitado”, pondera. 

Na Globo, Gabriel atuou em “Totalmente Demais” (2015), “Rock Story” (2016), “Novo Mundo” (2017) e “Os Dias eram Assim” (2017). Seu trabalho mais recente foi como Felipe Kavaco em “Malhação - Vidas Brasileiras” (2018), par romântico de Amanda (Pally Siqueira), personagem portadora da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

Assim como o estudante boa gente, o marrento Vicente está interessado em uma menina, Gabriela (Giovanna Coimbra), filha do meio da Paloma (Grazi Massafera). A adolescente sonha em se tornar jogadora de basquete, os dois treinam juntos e a relação do casal tem uma pegada meio de gato e rato. 

Indagado, Gabriel acredita nos sentimentos do estudante pela moça e torce para que esse amor o transforme. “Talvez, isso o faça refletir melhor sobre as coisas, ver que suas atitudes não a agradam”, sinaliza. 

O ator aponta o basquete como outra forma de redenção para o jovem. “Uma coisa que ajuda também é o amor pelo basquete, que é um esporte que educa. Vamos torcer para que ela e o basquete possam mudar essa personalidade dele”, reflete. 

Antes de o Vicente surgir em sua vida, Gabriel nunca havia tido contato com o basquete. Agora, virou fã do esporte e pretende levá-lo para sua vida. “Foi uma descoberta maravilhosa! Fiquei apaixonado pelo basquete!”, vibra. 

Dedicado, o ator estudou muito para encontrar o tom certo para o Vicente. Gabriel explica que como o jovem vem de uma família de direita, conservadora, buscou referências em vídeos pela internet. “Para acreditar bastante nesse discurso”, brinca.  

Ele ressalta, ainda, que analisou minuciosamente o texto. “Para entender o que ele quer, pensa, gosta, quais seus objetivos, inseguranças, relações...”, lista. E revela que tratou de mudar fisicamente. “O Vicente é um atleta. Então, não faria sentido eu fazer um atleta com uma barriguinha saliente. Eu como Vicente iria me sentir esquisito”, declara. 

Gabriel finaliza nosso bate-papo reafirmando que o personagem na atual novela das 19 horas é um desafio porque permite que ele trabalhe várias camadas como ator e reforça seu amor pela arte e pelo basquete, sua nova paixão. 

“O basquete, assim como o teatro, ensina muito sobre ética e solidariedade. A arte e o esporte têm muito a acrescentar na sociedade e na vida particular de cada um que faz ou que assiste”, conclui.