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Prestes a fazer 80 anos, Irene Ravache rejeita aposentadoria e expõe planos: "Tenho vontade"

A atriz, que não faz uma novela inteira desde 2018, está no elenco de três filmes e de volta ao teatro

Irene Ravache vai completar 80 anos em agosto - Foto: Ana Branco/O Globo
Por João Paulo Dell Santo

Publicado em 24/07/2024 às 11:19:00,
atualizado em 24/07/2024 às 11:27:43

Prestes a completar 80 anos no próximo dia 6 de agosto, Irene Ravache não quer saber de aposentadoria, apesar do desejo de retomar o estudo de francês e trocar São Paulo por uma cidadezinha do interior, a atriz se prepara para estrear a peça Alma Despejada, no Teatro dos 4, no Rio de Janeiro.

Além do espetáculo, a veterana aparecerá em três novos filmes, O Clube das Mulheres de Negócios, de Anna Muylaert, Os Enforcados, de Fernando Coimbra, que foi selecionado para o Festival de Toronto, no Canadá, e Passagrana, de Ravel Cabral.

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Em entrevista ao jornal O Globo, Irene Ravache falou sobre esse momento de pura correria na carreira. "O Clube das Mulheres de Negócios propõe uma inversão do tratamento historicamente destinado a homens e mulheres. Elas surgem com voz de comando, enquanto eles têm comportamento submisso e corpos objetificados. É realista, ainda que com um pé na fantasia", explicou.

"Em Os Enforcados, uma trama repleta de contravenções em família, faço a mãe da personagem de Leandra Leal. E, em Passagrana, sobre amigos que aplicam pequenos golpes e decidem partir para um roubo a banco com auxílio de atores, minha personagem é uma das selecionadas para participar do assalto", afirmou a artista.

Sobre a chegada dos 80 anos, Irene não se intimida. "Oitenta anos é só um número, mas um número que tem uma marca. Seja como for, eu não mexi no meu rosto. Fui envelhecendo com ele. Tomei essa decisão porque posso me ver com essa idade. Eu aguento. E isso é transgressor", comentou.

 

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Além de toda a extensa contribuição para o teatro e o cinema brasileiros, Irene Ravache marcou a TV com papéis importantes em grandes trabalhos que consagraram a nossa teledramaturgia como uma referência mundial.

Beto Rockfeller (1968), de Bráulio Pedroso, por exemplo, foi um divisor de águas em sua trajetória. "O galã trocou o terno por camiseta e tênis. Era politicamente incorreto, preguiçoso, malandro, aplicava golpes", relembrou.

Éramos Seis (1994), adaptação de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho para a obra de Maria José Dupré, então, nem se fala. A produção fez a atriz ser chamada de Dona Lola de norte a sul do país. "Foi a primeira novela que escrevi e por recomendação de Edison, marido de Irene. Na época, ela era jovem para fazer a protagonista, Lola. Quando vendi a novela para o SBT, a quis no papel e o resultado foi magnífico", elogiou Silvio.

"Ela adora comédia, mas não costuma ser escalada para o gênero. Então, criei para ela personagens com humor em novelas como Sassaricando, Belíssima e Passione", listou o autor, que deixou a Globo em 2020.

A súbita morte de Jardel Filho, em 1983, durante a novela Sol de Verão, de Manoel Carlos, foi algo que mexeu bastante com Ravache. "O elenco disse ao Boni que não queria que Jardel fosse substituído. Ele concordou. Tinha uma percepção contemporaneamente generosa", revelou.

Sem fazer um folhetim inteiro desde 2018, quando participou de Espelho da Vida, Irene confidenciou o que ainda pretende fazer na carreira. "Tenho vontade de fazer um personagem masculino", contou a atriz, que não pensa em parar tão cedo.



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