Publicado em 14/06/2024 às 15:58:00
Matteus Amaral arrumou um problema daqueles. O vice-campeão do BBB 24 declarou que era preto ao se inscrever no curso de Engenharia Agrícola no IFFar (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha), em 2014.
Ao tomar conhecimento da postura do gaúcho, o também ex-BBB André Gabeh fez duras críticas a Matteus e detonou sua postura. Em nota, a universidade confirmou que Amaral recorreu ao sistema de cotas para fraudar a inscrição.
+ Universidade confirma que ex-BBB Matteus fraudou inscrição ao se considerar preto
"Eu nunca serei lido pela sociedade como Matteus é lido. Nunca. Alguém se declarar negro não pode ser suficiente para que ele se torne negro. Parem de validar isso. Esse discursinho pseudo inclusivo não vai mudar a situação de quem é realmente preto. Aliás, vai piorar", alertou André.
"Pelo menos duas vezes por semana eu demonstro meu descontentamento por alguém tão branco quanto a mais branca das paquitas se declarar negro/preto e com isso passar a poder usufruir das políticas públicas voltadas para quem realmente é preto e negro. Eu falo disso sempre! E pessoas cada vez mais alvas aparecem como pretas e negras nas redes sociais e são validadas enquanto tal. Compreendem o subtexto disso? A semiótica disso?", cobrou.
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"Eu sempre sou chamado de Porteiro de Wakanda (país fictício criado por brancos, que escreveram revistas em quadrinhos com mais heróis azuis e verdes do que negros) quando aponto o absurdo disso. E tem preto batendo palma para esse colorismo que só prestigia brancos e brancos de pele escura. Não tem traço negróide e não tem ascendência negra, não é negro. Pele não branca e cabelo anelado/cacheado não são de marcadores suficientes para negrificar ninguém", disse.
"Parem de disparar esse raio pardificador em todo mundo e parem de achar que todo pardo partilha da mesma ancestralidade que um preto. Parem de misturar cor com raça social. Eu nunca serei lido pela sociedade como Mateus é lido. Nunca. Alguém se declarar negro não pode ser suficiente para que ele se torne negro. Parem de validar isso", insistiu.
"Esse discursinho pseudo inclusivo não vai mudar a situação de quem é realmente preto. Aliás, vai piorar. A polícia, os hospitais, os racistas sempre saberão muito bem quem é preto/negro e quem não é. Que saco… Cara. Que vídeo nojento. Ouçam a voz de fundo falando sobre autodeclaração e esse bonecar amar é da Shopee achando tudo normal. Que ódio", esbravejou Gabeh.
Em nota, o IFFar informou que naquela época, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, o único documento exigido para a inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato. Ou seja, tudo partia mais de uma questão de consciência da pessoa no ato de inscrição. "Não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato", acrescentou a instituição.
"Nesse caso, a questão poderia ser investigada internamente, por meio de um processo administrativo normal, que assegurasse ampla defesa de todas as partes. Nenhuma denúncia desse tipo foi feita na época", sustentou a universidade.
Até o momento, Matteus Amaral não se pronunciou sobre o assunto.
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