Luto

Morre a atriz Ilva Niño, aos 90 anos

Veterana pode ser vista atualmente na reprise de Cheias de Charme, na Globo

Ilva Niño em cena de Cheias de Charme - Foto: Estevam Avellar/Globo
Por João Paulo Dell Santo

Publicado em 12/06/2024 às 12:06:00,
atualizado em 13/06/2024 às 09:22:14

Morreu nesta quarta-feira (12), aos 90 anos, a atriz Ilva Niño. A veterana estava internada em um hospital no bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ), desde o último dia 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca. 

A previsão é que o corpo da atriz, que é natural de Floresta, em Pernambuco, seja cremado nesta quinta-feira (13). O local e a hora ainda não foram informados. Ilva Niño faria 91 anos no próximo dia 15 de novembro. 

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Em 73 anos de carreira, a atriz participou de mais de 30 novelas e uma dezena de séries. Entre os papéis mais célebres na televisão, está a empregada Mina de Roque Santeiro (1985), quando fez uma dobradinha com Regina Duarte e viu o nome da personagem cair na boca do povo. 

Atualmente, Ilva Niño pode ser acompanhada na reprise de Cheias de Charme, que ocupa a faixa Edição Especial na Globo. A personagem da artista, Epifânia, é mãe de Socorro (Titina Medeiros) e Naldo (Fábio Lago) e vive no Piauí. 

Ilva foi casada com Luiz Mendonça e teve um único filho, Luiz Carlos Niño, ambos já falecidos.

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Ilva Niño participou de peças e novelas famosas ao longo da carreira

Apesar de ter começado na televisão (Bandeira 2, Globo) e no cinema (André, A Cara e a Coragem) no mesmo ano, em 1971, Ilva Niño estreou como atriz duas décadas antes, em 1951, no espetáculo O Defunto. Ela também foi professora de teatro na EPSJV-FIOCRUZ. Em 2003 fundou a casa Niño das Artes Luís Mendonça em homenagem ao marido.

A propósito, foi ao teatro que a artista dedicou grande parte de sua vida, em peças como A Ditadora (1953), O Pivete (1954), O Auto da Compadecida (1956), A Derradeira Ceia (1961), O Auto do Indivíduo Analfabeto (1962), Se Corre o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come (1966), Paixão de Cristo (1968), Casa Grande e Senzala (1970), Dom Quixote de La Mancha (1977), Ópera do Malandro (1978), entre outros clássicos. A última encenação foi na montagem de Cabaré da Humanidade, em 2016. 

Na TV, participou de A Patota (1972), Gabriela (1975), Pecado Capital (1975), Sem Lenço, Sem Documento (1977), Feijão Maravilha (1979), Água Viva (1980), Lampião e Maria Bonita (1982), Partido Alto (1984), O Outro (1987), Bebê a Bordo (1988), Sexo dos Anjos (1989), Pedra Sobre Pedra (1992), Tropicaliente (1994), História de Amor (1995), Suave Veneno (1998), Terra Nostra (1999), Porto dos Milagres (2001), Senhora do Destino (2004), Alma Gêmea (2005), Sete Pecados (2007), Cama de Gato (2009), Cordel Encantado (2011), Saramandaia (2013) e Malhação (2015).

"Uma pontinha de nada em Roque Santeiro, e a Mina não morreu nunca, até hoje todo mundo grita pela Mina na rua. Foi um grande sucesso, merecidamente um grande sucesso. Dias fez uma parte, depois Aguinaldo Silva pegou a outra parte e continuou o grande sucesso", disse Ilva Niño ao Memória Globo.

"[A empregada doméstica] não entra mais em cena apenas para servir a mesa ou mexer panela na cozinha. Ela agora está inclusa na comunidade familiar da casa. Trabalha na sua casa porque você precisa dela e ela precisa do emprego, então existe uma troca, uma necessidade", analisou a artista. 



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