Publicado em 25/04/2024 às 11:26:00
Mãe de duas meninas, Samara Felippo, 45, tornou-se uma voz frequente e necessária em assuntos importantes da sociedade, como racismo, sexismo e etarismo. Volta e meia, a atriz vira assunto em razão de seus posicionamentos enfáticos a respeito desses temas.
Em entrevista à revista Quem, a artista, cujo último trabalho na TV foi uma participação em Vai na Fé, em 2023, falou sobre como lida com a criação de duas adolescentes. "Não tenho tido esse problema. Elas têm os atritos dela, que é comum entre irmãos. Tenho um irmão mais velho e era briga e porrada. Mas acho que determinados lugares elas se conectam. A Lara faz 11 agora em maio e a Alicia 15 em junho. Costumo falar que a maternidade é um game. Eu até brinco que toco terror na maternidade ao falar que ela só vai piorando (risos). Mas os gastos vão aumentando e a carga emocional é muito grande, principalmente da entrada de uma adolescente neste portal da vida, que envolve a parte social, sexual, abertura aos sentimentos, exclusão, frustração... Além de tudo isso, sou mãe de duas meninas pretas", declarou Samara Felippo.
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"As sutilezas do racismo são cruéis, coisas que às vezes a gente passa meses sem enxergar e, de repente, nota que o que a sua filha estava enfrentando era racismo. A gente tem que ter atenção ao procurar escolas adequadas, conversar o tempo inteiro com elas, procurar terapia que as oriente... Então é um lugar bem desafiador para mim ser mãe de adolescentes. Tento olhar para a minha adolescência, mas é diferente. Eu era uma menina branca e privilegiada em uma sociedade diferente da que temos hoje em dia. É muito difícil. Mas procuro me letrar racialmente para tirar as vendas do racismo que a gente foi criada desde pequena", analisou a famosa.
"Hoje em dia minhas bandeiras são inúmeras: racismo, machismo, etarismo, sexismo... Inclusive, hoje em dia, nós mulheres conseguimos olhar com mais clareza para as violências que sofremos. Expus agora a violência patrimonial porque entendi um processo iniciado lá atrás. A gente se acomoda porque acha que não é nada, que vai passar e que vai se resolver, mas daí você vê outras mulheres falando sobre isso e abrindo portas que fazem você enxergar que aquilo foi uma violência. Fiquei dez anos calada e nada aconteceu! Estava com medo de falar, com medo de expor a outra pessoa e com medo de me expor, com medo de retaliação. E não aconteceu nada! Daí resolvi falar", citou Felippo, lembrando a separação.
"Tem um monte de gente que não concorda com o que falo e que não precisa concordar. Mas tem uma rede muito grande de mulheres que me apoiam e sabem sobre o que estou falando. Parece que tiro um peso das costas quando falo sobre essas questões judiciais ou até mesmo da desmitificação da maternidade", disse a atriz, que citou como exemplos outros nomes conhecidos nessa luta, como Ana Hickmann, Naiara Azevedo e Luana Piovani.
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"A gente é criada para casar e a crer que não se conhece o amor incondicional se não tem filho. Tento falar de uma forma bem humorada que está tudo bem em não estar plena e estar exausta. É fundamental a gente falar sobre essas coisas. A maternidade é linda, sim, não quero demonizá-la, mas não podemos romantizá-la. Ela é pesada porque a paternidade é leve. Esses dias fiquei indignada com a professora que grampeou um recado na roupa de um aluno com a frase, 'Mãe, por favor mandar outra caderneta! Obrigada'. A situação e si já é um absurdo pela violência que essa criança foi exposta, emocional e física. Mas, além disso, vemos um bilhete direcionado à mãe. E o pai? É como se toda a responsabilidade fosse apenas da mãe", comentou Samara Felippo.
"A mãe tem que arcar com o emocional e o financeiro. Muitos pais somem, devem pensão por mais de dez anos e isso não dá em nada para eles. Na peça que eu faço com a Caroline (Figueiredo), Mulheres Que Nascem com os Filhos, a gente fala sobre isso, que pai não ajuda, ele cria junto. Se ele só ajuda, não sabe o que é paternidade", expôs a atriz.
"Não sei dizer quando virou a chave, mas passei a não me importar com o que falam mais. Em algum momento me dei conta que estava com vergonha de usar uma jardineira porque achava que iriam me julgar por não ter mais idade para isso. Estava morrendo de vergonha, mas comprei uma jardineira e recebi muitas mensagens de outras mulheres se identificando e postando suas fotos usando a jardineira. As mulheres de 40 anos, que não ante não falavam sobre isso e que estavam ali robozinhas em capas de revistas, agora começaram a falar porque caiu a ficha. Elas questionam: 'Não posso ir à balada de shorts com a barriga de fora? Por quê?'. Mas você precisa ter um mínimo de sabedoria para não adoecer com os comentários e julgamentos. Eles são muito cruéis. Se eu parar para ler tudo, fui chamada de oportunista por esse último processo, de doida, me acusaram de ter traído o meu ex-marido... Fazem qualquer coisa para desvalidar uma mulher. Mas o que me dá força é que tenho duas meninas para criar. Luto por elas, por mim mesma e pelas outras mulheres", encerrou Felippo.
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