“Chocante, triste, um absurdo. Mas absolutamente coerente com os tempos que nos deram para viver. Por que o espanto? Não sei quem é a anta e nem me interesso em saber, mas me regozijo de não tê-la pastando em nosso jardim.”
Pedro Paulo Rangel
Publicado em 21/12/2022 às 11:30:00,
atualizado em 21/12/2022 às 15:24:04
Veterano da TV, do teatro e do cinema, Pedro Paulo Rangel (1948-2022) morreu nesta quarta-feira (21), aos 74 anos. O ator se tornou um dos rostos mais conhecidos do público brasileiro, especialmente pelos trabalhos em comédia, em seus mais de 50 anos de carreira. Por trás das câmeras, ele enfrentava um problema de saúde há mais de duas décadas e, em entrevistas, declarava sua adoração pelos palcos.
Pedro Paulo Rangel morreu em decorrência de complicações da doença pulmonar obstrutiva crônica, que obstrui as vias aéreas, dificultando a respiração. Ele estava internado desde 11 de dezembro. Por conta do avanço do problema, com o qual convivia desde os anos 2000, teve que cancelar a temporada do monólogo O Ator e o Lobo. Com a mesma peça, recebeu prêmios e homenagens em 2019.
Em outubro de 2022, ele atribuiu, em entrevista ao jornal Extra, a doença pulmonar ao consumo de cigarro por um longo período de sua vida: “Se tem algo de que eu me arrependa profundamente é de ter começado a fumar. Se vejo um fumante, digo: ‘Não faça isso, espelhe-se no meu caso’. Aí conto umas coisas tristes pra impressioná-lo. Hoje em dia, eu só sou viciado em séries, adoro!”.
O artista morava em Copacabana e se deslocava pelo bairro em uma scooter, por perder o fôlego em caminhadas. “Parei de fumar em 1988, no século passado. Adotei uma vida saudável, aprendi a nadar, andava na praia... E em 2002 soube que estava doente. Eu não senti a doença, eu a descobri. É traiçoeira. Quando aparece, não tem mais chance. Mas eu consigo levar a vida muito bem, desde que esteja medicado. Faço fisioterapia e atividades físicas com um personal.”
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O ator tinha verdadeira adoração pelos palcos, o que acabou lhe colocando no centro de uma polêmica em 2013. Na época, Caio Castro havia afirmado, no Marília Gabriela Entrevista, que não gostava de teatro nem de leitura. “Não é o meu passatempo preferido. Não é que eu não goste, eu só não gosto muito”, confirmou no Altas Horas. Momentos depois, Pedro Paulo Rangel respondeu a uma postagem de Ingrid Guimarães, em que afirmou:
“Chocante, triste, um absurdo. Mas absolutamente coerente com os tempos que nos deram para viver. Por que o espanto? Não sei quem é a anta e nem me interesso em saber, mas me regozijo de não tê-la pastando em nosso jardim.”
Pedro Paulo Rangel
Em 2015, em participação no programa Roberto Justus Mais, da Record, Rangel se explicou: “Eu não leio sobre essas coisas. Eu só respondi sobre essa declaração porque a Ingrid é minha amiga no Facebook. Claro que um cara que está fazendo artes cênicas não pode dizer uma tolice dessa”.
Com uma carreira premiada no teatro, o ator conquistou o público da TV fazendo humor, com papéis divertidos em novelas como Gabriela (1975), Vale Tudo (1988), Pedra sobre Pedra (1992), além dos programas humorísticos. Um de seus personagens preferidos era o Calixto, caipira que roubou a cena em O Cravo e a Rosa (2000), reprisada neste ano na Globo. Na ocasião, ele comentou em entrevista ao Extra:
“A comédia me persegue. E essa profissão é muito privilegiada, a gente trabalha pelo lazer das pessoas.”
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Pedro Paulo Rangel não deixou filhos e mantinha uma vida pessoal discreta. Em entrevista ao RD1, em 2015, disse que nunca teve conflitos entre o público e o privado porque, diferentemente de muitos colegas de profissão, não tinha que "agir como galã", o que manteve sua intimidade longe dos holofotes.
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