Publicado em 31/05/2022 às 08:29:06
O cantor sertanejo Gusttavo Lima se manifestou pela primeira vez depois da polêmica de ter tido um show cancelado no final de semana. Seus shows custam milhões de reais à prefeituras pequenas em todo o país, e ele tratou de esclarecer a polêmica, e foi às lágrimas. "Diante de tudo isso que está acontecendo, muitas inverdades sobre meu nome, sobre minha carreira", começou por meio dos Stories.
"Vocês sabem da minha índole, do meu caráter. Quando a gente mexe com honra e caráter, tem pessoas por trás, então queria que vocês tivessem mais cuidado", continuou ele.
Gusttavo assegurou ainda: "Nunca me beneficiei sobre dinheiro público, empréstimo, ou algo do tipo. Minha vida sempre foi trabalhar. Em 2019, fiz quase 300 shows. Temos uma equipe gigantesca. Não compactuo com dinheiro público. Pago todos os meus impostos em dia".
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O sertanejo afirma que todos os artistas já fizeram ou fazem shows de prefeituras. "Se o que a gente tem é nossa música, nossa voz, a gente ganha dinheiro com isso", continuou, reiterando que é sobre "valorizar nossa arte".
"Nunca pensei que ser bem-sucedido no Brasil traria tanta inveja, tanta coisa ruim. Às vezes dá vontade de sumir pra ver se essa perseguição acaba. Vocês podem ter certeza que sou um cara 100% correto, 100% honesto nas minhas coisas."
E continuou: "Penso que estou aguentando de tanta gente me batendo, me esculhambando, como se eu fosse um filho da p..., como se eu fosse um criminoso. Um cara que trabalha pra cara...".
Por fim, disse: "Aqui não existe coisa errada. Aqui existe apenas um lema: trabalho, trabalho, trabalho. Tudo que conquistei saiu daqui [da voz]. Sobre dinheiro público, não tenho nenhuma ligação. Não quero dinheiro do povo. Eu cumpro com a lei".
No final de semana, após um pedido de investigação por parte do Ministério Público de Minas Gerais, a cidade de Conceição do Mato Dentro, situada na região central do estado, anunciou o cancelamento do show de Gusttavo Lima, que previa um cachê de R$ 1,2 milhão e estava marcado para o próximo dia 20 de julho.
Além de Gusttavo, a prefeitura também anunciou o adiamento do show da dupla Bruno e Marrone, que estava marcado para a mesma data e custaria R$ 520 mil. Os shows fariam parte da festa do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos e o comunicado enviado pela prefeitura indica que o cancelamento se deu porque a festa foi envolvida em uma “foi envolvida em uma guerra político-partidária, que nada tem a ver com a cidade”.
Além do cachê, o contrato com o sertanejo previa pagamento de hospedagem para 40 pessoas da equipe do cantor no “melhor hotel da região”, de gastos diários com alimentação, fixados em R$ 4 mil e o fornecimento de transporte do hotel até o local do show para toda a equipe.
O contrato também prevê que o pagamento seja realizado em duas parcelas, sendo uma no ato da assinatura (em 11 de abril) e outra até o dia 15 de junho, cinco dias antes da apresentação e estabelece uma multa de 50% do valor total, caso a apresentação fosse adiada ou cancelada, ou seja, Gusttavo não precisará devolver os R$ 600 mil já recebidos.
O município possui cerca de 17,5 mil pessoas e tem um orçamento previsto de R$ 689 milhões para o ano de 2022. Apenas os contratos com artistas previstos para a festa consumiriam R$ 2,3 milhões.
A prefeitura justificou os valores dizendo que a ideia do evento é atrair turistas, "fazendo assim com que a cidade receba de volta o investimento quase que na sua totalidade em geração de renda, seja no comércio local, nos meios de hospedagem, nos bares e restaurantes, postos de gasolina, padaria, aluguel de casas, locação de espaços públicos, dentre outros, impulsionando a diversificação da economia local", além de prever um retorno de mais de R$ 21 milhões com as apresentações.
Problema de Gustavo Lima iniciou com Zé Neto
Após críticas do sertanejo Zé Neto à utilização da lei Rouanet, realizadas em um show pago com verba municipal, iniciou-se uma questão sobre o valor dos cachês pagos a artistas por prefeituras.
Gusttavo Lima, denunciado pelo MPMG, também possui uma denúncia no Ministério Público e Roraima, onde a menor cidade do estado, São Luiz, com cerca de 8 mil habitantes, pagou R$ 800 mil para a realização de um show do cantor. Gusttavo rebateu as críticas dizendo que “não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas”.
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