Publicado em 31/03/2019 às 14:10:00
"Espelho da Vida" termina nesta segunda-feira (1). E antes que "Órfãos da Terra" ocupe o horário das 18h, muito ainda precisa ser mostrado na trama de Elizabeth Jhin.
Com temática espírita, a novela mostrou algo diferente: mesclou dois séculos de uma só vez. Ao mesmo tempo em que Cris (Vitória Strada) viajava para 1930 a fim de solucionar o assassinato de Júlia Castelo - sua última encarnação - o público via o restante dos personagens vivendo a rotina normal em 2018/2019.
Até o capítulo deste sábado (30), muito já foi desvendado. O mistério principal, inclusive, já foi exibido: o assassino de Júlia Castelo foi o pai, Eugênio (Felipe Camargo). O Coronel de Rosa Branca tentou matar Danilo Breton (Rafael Cardoso), seu desafeto, mas teve a infelicidade de que a filha se colocasse na frente do amado, recebendo em seu coração a bala de ouro. Descobrir quem puxou o gatinho era a maior expectativa do público.
Além desse, os telespectadores ainda aguardavam o desfecho romântico. Dois casais principais foram formados por Cris. A torcida se dividia entre Alain (João Vicente de Castro) e Daniel (Rafael Cardoso). O penúltimo capítulo também já mostrou que o loiro de olhos azuis venceu a reencarnação de Danilo Breton e será o par da protagonista.
Mas falta muito. Em uma brincadeira com o título da novela, Jhin ainda precisa refletir muita vida nesse espelho. E a minha expectativa - como admiradora do trabalho da autora - é que ela consiga fechar algumas lacunas que percebidas durante essa última semana.
A redenção dos vilões formados em 1930 é, talvez, a maior ansiedade do público, pelo que se vê nas redes sociais. Como explicar a maldade de Eugênio Castelo que matou a própria filha, em sua reencarnação? Américo nada mais é do que pilantra amargurado, cheio de dívidas e vícios. Qual o resquício que ficou em seu espírito diante de tudo o que cometeu?
O mesmo podemos esperar sobre Gustavo Bruno. Já nos foi mostrado que ele casou com Dora (Alinne Moraes) e criou o filho da protagonista com seu maior rival. Mas ele ainda destruiu muito, e, mesmo que por acidente, chegou a matar o próprio irmão, o que chegou a fazer novamente, só que desta vez com o primo. Qual será o fim do Marquês de Torga, mesmo que ao final ele tenha se regenerado e se tornado uma pessoa melhor?
O espírito de Dora, no entanto, é o único que carrega grandes maldades. A bela reencarnou em Isabel, personagem tida como a grande vilã da história. Mas nem tudo se explica no passado: ambiciosa, conquistou muito do que queria ao se casar com Gustavo. No entanto, mesmo com o matrimônio, o ódio pela irmã Júlia continuou e se perpetuou pelos anos, até reencontrá-la como Cris. Qual será então o final que Elizabeth escreverá para que Alinne interprete?
Outra grande expectativa é de que Jhin consiga preencher as lacunas dos encontros. Foi de fato bastante inovador que ela inserisse os mesmos atores em duas épocas distintas, no entanto, muitos foram desperdiçados.
Kéfera - com boa atuação na trama - não precisava estar nos dois tempos. Bem como Vera Fisher e Luciana Paes, que viveram Carmo/Gertrude e Lenita/Mimi respectivamente.
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Se por um lado muito foi preenchido, por outro, não. Coronel Eugênio foi pai de muitos filhos bastardos - como se dizia na época. Uma delas foi Teresa. Sua relação com a menina foi péssima. Ele chegou até a deixar a criança muda, após tentar enforcá-la. A atriz mirim Clara Galinari também interpretou Priscila que vive nos dias atuais. E no presente, pouco (ou quase nada) conviveu com Américo. Assim, o desencontro dos dois precisa ser muito bem explicado.
No mais, tudo foi muito bem costurado pela autora e pela equipe de direção. Tão bem, que foi uma pena que a novela tenha demorado tanto a engrenar. O público não tinha conseguido entender qual era o objetivo da trama.
”Espelho da Vida” inovou, surpreendeu e refletiu belíssimas atuações.
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