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Por que Juliana Paes deveria ter ganhado o Melhores do Ano por Bibi Perigosa

Injustiçada, a atriz poderá ser celebrada


Cena de A Força do Querer, com Bibi Perigosa segura um revólver
Juliana Paes viveu seu auge como Bibi Perigosa em A Força do Querer - Foto: Divulgação

Em 2017, Juliana Paes atingiu o ápice de sua carreira quando deu vida à Bibi Perigosa em A Força do Querer. Agora, por conta da pandemia do coronavírus, a novela de Gloria Perez está de volta ao ar na faixa das nove e dará a oportunidade não apenas do público rever a alta performance da atriz, como também corrigir um erro histórico, o de que ela merecia ter vencido o Melhores do Ano.

Por causa deste papel, Juliana acabou se envolvendo em um imbróglio desagradável depois de ter perdido o prêmio do Domingão do Faustão para a colega de elenco, Paolla Oliveira, intérprete de Jeiza. E também pudera, nem os mais otimistas dos fãs conseguiriam justificar essa discrepância. Embora talentosa, a loira não é um terço da atriz que a responsável por Bibi Perigosa.

Com a mulher controlada pela paixão a tal ponto de invadir o mundo do crime e cometer as maiores atrocidades em nome do amor, Juliana Paes criou trejeitos, olhares e até respiração para sua Bibi Perigosa. Foi uma composição minuciosamente pensada para que a anti-heroína caísse nas graças do grande público, o que obviamente aconteceu a tal ponto de A Força do Querer ser conhecida como "a novela de Bibi Perigosa".

Não se pode dizer que uma premiação popular seja injusta, afinal, o critério desde o início é este, vencer a mais votada. Paolla teve todo o mérito de movimentar melhor seu fã-clube e atingir o objetivo. Mas não deixa de ser constrangedor que uma personagem tão tradicional e interpretada de forma convencional, mas competente, diga-se, tenha tirado o prêmio de uma das melhores composições da TV mundial naquele ano.

Juliana Paes na disputa com Paolla Oliveira

Por que Juliana Paes deveria ter ganhado o Melhores do Ano por Bibi Perigosa

A Bibi Perigosa da Juliana Paes era tudo o que a Jeiza de Paolla Oliveira não era. Tridimensional, a interpretação vinha com várias camadas e nuances que iam muito além do tom de voz e da expressão facial. Se a policial truculenta e que não baixa a cabeça para um homem é mais uma das muitas personagens que já se viu na dramaturgia nacional, a apaixonada e criminosa é praticamente inédita. Numa mistura de Walter White (Breaking Bad) com Heloísa (Mulheres Apaixonadas), a protagonista da trama de Gloria Perez foi um sopro de criatividade em composições tão industriais da telenovela.

E o paralelo para Juliana Paes não é apenas na comparação com Paolla Oliveira, por questões óbvias, mas com a própria atriz. Competente em praticamente todos os seus trabalhos nesta década, uma das maiores estrelas da TV brasileira está no ar num papel menos complexo, mas também pensado em cada detalhe. Como Carolina de Totalmente Demais, a atriz mostra sua competência tradicional, mas não chega aos pés dos nuances criados por Bibi Perigosa.

Agora, com a edição especial de A Força do Querer, público, crítica e até os próprios fãs de Paolla poderão assistir diariamente o talento de Juliana Paes enchendo a TV. E para quem votou na colega no prêmio Melhores do Ano, o que restará há de ser um pedido de desculpas e a possibilidade de perceber o erro de não ter dado mais uma, das muitas conquistas, da criadora de Bibi Perigosa, uma das mais importantes personagens da década na TV brasileira.

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