Memória

Pediu para sair: novela que estreava há 57 anos deixou atriz mirim traumatizada

Novela de sucesso da extinta TV Excelsior, A Pequena Órfã estreava há exatamente 57 anos; protagonista ficou traumatizada e enfrentou problemas de saúde antes de deixar a trama


Patrícia Ayres e Dionísio Azevedo em A Pequena Órfã
Patrícia Ayres e Dionísio Azevedo em A Pequena Órfã

Há exatamente 57 anos, estreava uma novela da extinta TV Excelsior que fez sucesso, mas deixou uma atriz mirim traumatizada.

Estamos falando de A Pequena Órfã, que entrou no ar em 1º de julho de 1968, posteriormente foi reprisada pela Globo e, décadas mais tarde, deu origem a outras duas novelas.

Trauma

Escrita por Teixeira Filho, A Pequena Órfã contava a história de Toquinho, vivida por Patrícia Ayres, filha do saudoso ator Percy Ayres. A garotinha passava apuros nas mãos da malvada Elza (Riva Nimitz) e encontrava carinho nos braços do bondoso velhinho Gui (Dionísio Azevedo).

No entanto, Patrícia não foi até o final da produção. A menina, que tinha apenas cinco anos na época, passou a trabalhar mais tempo do que originalmente combinado, gravando quase todos os dias da semana, quando deveria atuar em apenas dois. Com isso, acabou desenvolvendo estafa e anemia, inclusive perdendo peso.

Além disso, ela declarou, em entrevista ao UOL, em 2014, que ficou traumatizada com algumas cenas violentas em que foi inserida.

"A Pequena Órfã' (1968) foi a que mais me traumatizou. A minha personagem apanhava, era criada pela madrasta e ela me colocava na rua para pedir esmola. Fiz uma amizade muito grande com a Leila Diniz porque ela me protegia. Fizemos um buraco entre um estúdio e outro e quando acabava a cena, e eu continuava chorando naquele buraco, a Leila vinha e me ajudava, me dava brinquedos", relembrou.

Patricia foi substituída por Marize Ney, que era parecida com a menina, só que três anos mais velha. A nova intérprete foi até o final da trama, que ficou quase um ano no ar, até maio de 1969, e foi reprisada pela Globo em 1971, poucos meses depois da extinção da Excelsior.

No entanto, alguns anos depois, Patricia ainda estrelou o filme homônimo baseado na mesma história, que teve o mesmo elenco base, sendo produzido em 1973 pelo cineasta Clery Cunha. A única condição que a garota pediu para fazer o filme foi ganhar um mini bug, pedido que foi prontamente atendido.

Fim da linha

Pediu para sair: novela que estreava há 57 anos deixou atriz mirim traumatizada

Depois de A Pequena Órfã, Patricia Ayres ainda esteve em A Menina do Veleiro Azul (1969), Meu Pedacinho de Chão (1971) e Rosa dos Ventos (1973), que acabou sendo sua última novela.

"Não nasci pra isso de ser atriz. Foi mais uma coisa do meu pai, que era ator. Ele gostava e acabou me colocando nisso. Naquele tempo as crianças eram diferentes, não sabiam separar ficção da realidade. Eu era muito paparicada, mas me sentia como se fosse uma aberração", afirmou Patricia na entrevista ao UOL.

Atualmente com 62 anos, Patrícia gerenciou uma escola na capital paulista por mais de duas décadas, ao lado dos irmãos. Posteriormente, a ex-atriz, que não teve filhos, deixou o emprego num banco para se dedicar à sua paixão, a gastronomia funcional.

Outras novelas

Pediu para sair: novela que estreava há 57 anos deixou atriz mirim traumatizada

Décadas depois, a trama de A Pequena Órfã foi reutilizada em outras duas novelas: Sonho Meu (1993), da Globo, e Prova de Amor (2005), da Record.

Em Sonho Meu, a menina era vivida por Carolina Pavanelli; Nívea Maria era a malvada e Elias Gleizer era o velhinho. Já em Prova de Amor, os três papéis foram vividos, respectivamente, por Júlia Maggessi, Vanessa Gerbelli e Rogério Fróes.

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