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Novela que terminava há 11 anos tentou inovar, mas afundou a Globo

Novela que terminava há 11 anos, Além do Horizonte tentou inovar na faixa das sete, mas foi rejeitada pelo público e acabou derrubando os índices de audiência da Globo


Alexandre Nero em Além do Horizonte
Alexandre Nero em Além do Horizonte

Há exatos 11 anos, em 3 de maio de 2014, a Globo reapresentava o último dos 155 capítulos de uma novela das sete que foi rejeitada pela audiência e não deixou saudade.

Trata-se de Além do Horizonte, uma tentativa de renovação que acabou sofrendo com baixa audiência por parte dos telespectadores.

Trama complicada

Em 4 de novembro de 2013, a Globo surpreendeu ao lançar uma novela com uma proposta mais sombria, destoando do perfil tradicionalmente leve e cômico do horário. Além do Horizonte seguia uma linha distinta, centrada em mistério e suspense.

"A inspiração é fazer uma novela de um gênero de aventura. Vem aquela coisa dos filmes dos anos 80. É um tom completamente diferente, não é cinema americano, é uma novela brasileira. Mas tem essa inspiração do Indiana Jones, dos Goonies, de filmes de busca como Horizonte Perdido, que é década de 30", revelou um dos autores, Marcos Bernstein, na época do lançamento.

A narrativa girava em torno de três jovens — Lili (Juliana Paiva), William (Thiago Rodrigues) e Rafa (Vinicius Redd) — que se unem na busca por familiares desaparecidos. Lili acreditava que seu pai, LC (Antonio Calloni), havia morrido, mas, ao encontrar uma carta deixada por ele, começa a desconfiar de que ele ainda está vivo e decide procurá-lo.

Durante essa busca, Lili descobre que seu pai teve um caso com Tereza (Carolina Ferraz), que é tia de William. Enquanto isso, Rafa tenta encontrar sua namorada, Paulinha (Christiana Ubach), que deixou vídeos dizendo que estava indo atrás da verdadeira felicidade — o mesmo destino de LC.

Eles acabam se deparando com um lugar chamado Comunidade, que atrai indivíduos em busca de uma vida ideal e completamente feliz. Os líderes do local — LC, Tereza e Hermes (Alexandre Nero) —, no entanto, escondem intenções duvidosas.

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Novela que terminava há 11 anos tentou inovar, mas afundou a Globo

Primeira novela de Carlos Gregório e Marcos Bernstein como autores titulares, Além do Horizonte causou estranhamento por seu enredo atípico. A quantidade de enigmas levou muitos a compararem a produção a obras como o filme A Vila ou a série Lost.

Outro fator que incomodou foi a ausência de grandes nomes no núcleo principal. O elenco contava com Flavia Alessandra (Heloísa), Alexandre Borges (Thomaz) e Guilherme Fontes (Flávio), mas esses veteranos tinham papéis secundários. Já os vilões interpretados por Antonio Calloni, Carolina Ferraz e Alexandre Nero demoraram a ganhar destaque.

Esses elementos resultaram em baixos índices de audiência. A novela registrou a menor média do horário até então: 20 pontos segundo o Kantar Ibope Media — cinco a menos que a antecessora Sangue Bom (2013), que já havia sido considerada morna. O fracassado remake de Guerra dos Sexos (2012), com 23 pontos, também se deu melhor.

Mudanças drásticas

Diante do fraco desempenho, a produção passou por reformulações. Os roteiristas passaram a apostar mais no romance entre os personagens maduros vividos por Flavia Alessandra, Alexandre Borges e Guilherme Fontes, e criaram diversas trocas amorosas entre os protagonistas jovens.

Lili, que inicialmente formaria par romântico com William, acabou se envolvendo com Marlon (Rodrigo Simas), irmão dele. Já William se apaixonou por Celina (Mariana Rios), uma professora que ganhou maior destaque na história. Rafa, por outro lado, perdeu relevância na trama.

Essas alterações tornaram a história mais dinâmica, mas não foram suficientes para recuperar a audiência da novela.

O pior ainda estava por vir: Além do Horizonte foi sucedida por Geração Brasil, que se tornou um fiasco ainda maior. Mas essa já é outra história.

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