Amaury Lorenzo chora ao lembrar ataques homofóbicos: "Tomei um tiro"
Ator, que está no elenco de Volta por Cima, participou do Conversa com Bial
Publicado em 10/10/2024 às 17:41
Um dos protagonistas de Volta por Cima, atual trama das sete da Globo, Amaury Lorenzo participou do Conversa com Bial e não segurou as lágrimas ao ouvir o discurso do apresentador Pedro Bial, que destacou a trajetória de vida e profissional do ator.
"Rapaz, você já me fez chorar só de ouvir você", brincou o artista, que abordou o preconceito que sofreu ainda na infância por fazer balé. Em um dos episódios, o intérprete de Chico surpreendeu ao revelar que tomou um tiro nas costas.
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"Eu já tomei um tiro de escopeta nas costas. Tinha 11 anos, estava chegando da minha aula de balé clássico com minha sapatilha preta na mão. Era um amigo da escola, do futebol, que não aceitava, não entendia. Acho que ele estava com problema com ele mesmo. Ele disse: 'Amaury, que história é essa de balé clássico?!'. E eu respondi: 'Me deixa!'. E fui andando. Ele tirou uma escopeta no meio da rua e me deu um tiro de matar passarinho. Me abriu um buraco nas costas", contou Amaury Lorenzo.
Nascido em Congonhas (MG), o artista lembrou que os amigos não o entendiam e o julgavam pela escolha. "Não gosto de repetir isso, mas no lugar do preconceito é dito que o balé clássico é para meninas e não para meninos", disse.
Amaury Lorenzo fala sobre a mãe
Na entrevista, Amaury Lorenzo lembrou da reação da mãe, Maria de Fátima, que se preocupou ao vê-lo aos prantos no quarto. "Eles aguentaram muito. Não por mim, mas por causa do arredor de uma cidade extremamente preconceituosa como todo o interior deste Brasil", justificou.
"Esse chumbinho ainda está aqui. Eu gosto das marcas da vida, que nos lembram o quanto somos fortes e poderosos", disse o ator, filho de uma dona de casa e de um caminhoneiro, ao não segurar as lágrimas.
"Teve um dia em que eu estava indo para o aeroporto e lembrei passando pela UFRJ e a UNIRIO de um dia que eu estava com muita fome, não tinha comida em casa. E quando eu levantei não tinha um café para eu tomar. Pensei: 'Tenho uma matrícula em uma universidade federal, sou um ator premiado no teatro, mas o meu aluguel vai vencer? Vale a pena eu ir e terminar este curso?'. E neste dia passei pelo mesmo lugar, onde passei fome na época, entendi que tudo valeu a pena", refletiu Lorenzo.