Após 24 anos

Globoplay resgata novela marcada por raps, Claudia Raia trans e 11 de setembro

As Filhas da Mãe chega ao streaming nesta segunda-feira (27); relembre as polêmicas envolvendo a trama


As Filhas da Mãe
Bete Coelho, Cláudia Raia e Andréa Beltrão na novela As Filhas da Mãe, que chega ao Globoplay nesta segunda-feira (27) - Foto: Divulgação/Globo

Exibida há 24 anos, a novela As Filhas da Mãe chega ao catálogo do Globoplay nesta segunda-feira (27). A trama ficou marcada por um caso de transfake – em que um ator cisgênero interpreta um personagem transexual – e pelo fracasso atribuído pelo autor à tragédia de 11 de setembro de 2001, que ocorreu poucos dias após a estreia.

As Filhas da Mãe repetiu a parceria entre o autor Silvio de Abreu e o diretor Jorge Fernando (1955-2019), responsáveis por vários sucessos nos anos 1980 e 1990. Contudo, o resultado dessa vez foi desastroso: a trama teve que ser tirada do ar antes do previsto, por conta da baixa audiência.

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Na trama, Lulu de Luxemburgo (Fernanda Montenegro) fugiu para Hollywood nos anos 1960 após um crime e, dada como morta, se tornou uma famosa diretora de cinema. Ao descobrir que o ex-marido desapareceu, ela decide voltar para o Brasil, a fim de reencontrar as três filhas.

Uma delas é Ramona (Cláudia Raia), que nasceu Ramon e mudou de gênero. Em entrevista recente ao jornal O Globo, a atriz comentou:

“Hoje teria que ser uma atriz trans, com toda certeza. Temos várias muito boas, mas na época não havia nem espaço para isso. Essas atrizes nunca puderam trabalhar. Hoje, o papel não poderia mais ser meu.”

Claudia Raia

O elenco estelar tinha ainda Tony Ramos, Raul Cortez (1932-2006), Regina Casé, Thiago Lacerda, Alexandre Borges, Reynaldo Gianecchini, Cláudia Jimenez (1958-2022), Cláudia Ohana, Andréa Beltrão e Bete Coelho, entre outros nomes.

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Após um lançamento com grande expectativa, a Globo viu o público torcer o nariz para a história, contada de forma moderna e dinâmica. As cenas eram entrecortadas por raps, que funcionavam como resumos dos capítulos anteriores e comentavam as ações dos personagens.

Em entrevista ao Jornal do Brasil, Silvio de Abreu acusou o público de não entender a história. Ele também apontou o noticiário da época como um dos responsáveis pelo fracasso. Os primeiros capítulos dividiram atenções com o sequestro de Silvio Santos e os atentados às Torres Gêmeas, nos EUA.

A média de audiência foi de 28 pontos no Ibope, bem menos que as antecessoras Uga Uga (2000) e Um Anjo Caiu do Céu (2001), que fecharam, respectivamente, com 38 e 34 pontos na Grande São Paulo. A saída encontrada foi tirar a novela do ar às pressas, dois meses e meio antes do previsto.

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