Idosos, espiritismo e ETs: Globo enfrentou 3 fracassos seguidos após História de Amor
Emissora passou por crise às 18h, com sucessão de novelas com baixa audiência e nunca reprisadas

Publicado em 27/06/2025 às 08:44,
atualizado em 27/06/2025 às 15:10
A Globo enfrentou três fracassos seguidos às 18h depois do sucesso de História de Amor, exibida entre 1995 e 1996 e atualmente em reprise na faixa Edição Especial, nas tardes da Globo. A audiência do horário despencou com o fim da novela e só foi recuperada cerca de um ano e meio depois.
Na sequência de História de Amor, vieram: Quem é Você (1996), Anjo de Mim (1996) e O Amor Está no Ar (1997). Todas elas são pouco lembradas atualmente, nunca foram reprisadas e nem sequer constam no catálogo do Globoplay, que desde 2020 disponibiliza novelas antigas da Globo.
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Relembre, a seguir, cada uma das três novelas citadas:
Das mesmas autoras de A Viagem, Quem é Você? não repetiu sucesso
Quem é Você? foi concebida por Ivani Ribeiro (1922-1995) em parceria com Solange Castro Neves, dupla que fez sucesso em títulos como Mulheres de Areia (1993) e A Viagem (1994). Com a morte de Ivani em julho de 1995, Solange, que era sua colaboradora nos outros trabalhos, ficou responsável pela nova novela.
A história girava em torno da rivalidade entre duas irmãs: a frágil Maria Luíza (Elizabeth Savala) e a malvada Beatriz (Cássia Kis), apaixonadas pelo mesmo homem, Afonso (Alexandre Borges). Segredos do passado e desejos de vingança davam o tom do triângulo amoroso.
No início, Beatriz revela que o pai de seu filho é Afonso, marido da irmã. Ele teve relações com uma mascarada durante um Carnaval em Veneza, há 20 anos, quando desconfiou que a mulher havia o traído. Com a revelação, Maria Luiza tem um surto de ausência, prendendo-se no mundo da fantasia.
A novela também abordou temas relacionados à terceira idade, com a presença de um núcleo de idosos que viviam em um asilo. Solange Castro Neves se desentendeu com a direção da emissora e assinou apenas os 24 primeiros capítulos. Lauro César Muniz, então supervisor do texto, assumiu o roteiro.
Com trama sobre reencarnação, Anjo de Mim também não agradou
Anjo de Mim, escrita por Walther Negrão, narrava a busca de Álvaro (Tony Ramos) pela mulher de sua vida – ou de suas vidas, considerando que a eleita havia sido sua paixão em outras encarnações. O protagonista é atormentado pela visão mediúnica de uma jovem que morre a seus pés.
Álvaro recorre às técnicas de regressão e volta ao ano de 1880, quando Valentina (Carolina Kasting) morreu tragicamente da mesma forma que aparece em seus sonhos. Antes de partir, ela marcou um encontro com o amado nos dias atuais, na forma de uma nova mulher.
São três as possíveis reencarnações da moça: a mimada Maria Elvira (Paloma Duarte), a sofrida Joana (Helena Ranaldi) e a selvagem Lavínia (Vivianne Pasmanter). O protagonista também enfrenta o vilão Marco Monterey (Herson Capri), com quem tem uma rivalidade de outras vidas.
Temas como regressão, reencarnação e vidas passadas estavam em alta na época, mas não impactaram a repercussão da novela. Apesar da semelhança, a trama passou longe de fazer o mesmo sucesso que A Viagem (1994), exibida dois anos antes e hoje em cartaz no Vale a Pena Ver de Novo.
O Amor Está no Ar tinha até ETs e acentuou a crise na Globo
O Amor Está no Ar, que veio depois, foi escrita por Alcides Nogueira. Na pacata e fictícia cidade de Ouro Velho, Sofia (Betty Lago) assume os negócios da família após a morte do marido, gerando a revolta da sogra, Úrsula (Nicette Bruno), que inicia uma disputa pelo controle da empresa.
Úrsula conta com um forte aliado, o inescrupuloso Alberto (Luis Melo), casado com sua filha Milica (Suzana Gonçalves). As coisas se complicam quando a irmã de Sofia, Júlia Schneider (Natália do Vale), chega da Europa e se une aos vilões para aa irmã da empresa.
Sofia ainda vive um triângulo amoroso com a própria filha, Luíza (Natália Lage), uma adolescente problemática e manipulada pela avó paterna. O relacionamento entre mãe e filha fica mais turbulento quando ambas se apaixonam pelo mesmo homem, o jovem aviador Léo (Rodrigo Santoro).
Além das características de um folhetim clássico, a novela trazia uma discussão sobre a possibilidade de vida em outros planetas, com presença de extraterrestres entre os personagens. A combinação não agradou e, das três novelas, essa foi a que registrou a menor audiência.
Anjo Mau elevou o moral da Globo às 18h em 1997
A crise da Globo em novelas das seis só se resolveu com Anjo Mau (1997), que estreou um ano e seis meses depois do fim de História de Amor. A novela com Gloria Pires no papel principal, inclusive, é uma das cotadas para entrar no ar na faixa Edição Especial em breve.