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Alexandre Nero descreve a emoção da paternidade: "Renovou minha esperança"

Neste Dia dos Pais, NaTelinha bateu um papo exclusivo com o ator e cantor


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Fotos: Divulgação

Neste domingo (14), comemora-se o Dia dos Pais. Pensando nisso, o NaTelinha bateu um papo exclusivo com o papai de primeira viagem Alexandre Nero, que declarou todo seu amor ao pequeno Noá, que completa oito meses na segunda-feira (15).

O ator ainda dá detalhes de seus trabalhos atuais no teatro e no cinema, fazendo um balanço de sua carreira na TV que em 2017 completa 10 anos. “Como artista, tenho a obrigação de decepcionar as pessoas”, diz, sem meias palavras.

Alexandre Nero é um dos grandes atores do momento. Ele pode até abrir mão deste título, porém o público já demonstrou que o artista conquistou de vez a confiança e a credibilidade, através de seus trabalhos.

Perto de completar uma década desde seu début na telinha da Globo – em 2007, na série “Casos e Acasos” -, acabou conquistando uma vaga em pleno horário nobre na pele do tímido verdureiro Vanderlei e, de quebra, fazendo par romântico com Lilia Cabral. Não parou mais.

Aos poucos foi galgando, despretensiosamente, seu espaço em um dos meios mais visados e concorridos por 11 entre 10 atores. Quem não se lembra de Terêncio do folhetim “Paraíso” (2009)? E o Gilmar de “Escrito nas Estrelas” (2010), ambas no horário das seis? Mas foi em “Fina Estampa” que fez o público rir com suas cenas ao lado do inesquecível e irreverente mordomo “Crô” (Marcelo Serrado) e se emocionar pelo modo agressivo que tratava a esposa Celeste (Dira Paes), levantando na época um debate sobre a questão da violência doméstica no Brasil.

Já viveu personagens dúbios também, como em seu último trabalho em “A Regra do Jogo”. Romero Rômulo era uma esfinge, uma verdadeira incógnita. Um pouco antes triunfou igualmente no horário das nove, protagonizando “Império”, vivendo um excêntrico Comendador, José Alfredo Medeiros. Nesta trajetória televisiva totaliza em torno de 15 trabalhos bem sucedidos na dramaturgia.

O multifacetado das artes na música

Esse curitibano de 46 anos possui uma extensa história na música iniciado ainda em sua cidade. É musicista com habilidades em tocar diversos instrumentos. Além de tudo é um exímio cantor, escachado, idealizador e criador da Associação dos Compositores da Cidade de Curitiba, fundada em 1994. Em 2008 esteve à frente da banda Maquinaíma. Com tanto tempo de estrada, será que Nero sente-se incomodado quando o questionam se sua carreira de cantor iniciou-se apenas após a fama? “Eu acho engraçado, não ligo, tiro um barato disso. Sempre falo para as pessoas: “Vão me ver, estou virando cantor agora”, acho divertido (risos)”, responde, sempre com bom humor caracteristico.

“O Grande Sucesso” – o musical, não Broadway

Nesta semana, o ator estreou juntamente com mais sete atores e músicos, seu mais recente espetáculo teatral que brinca com a questão dos bastidores de uma peça. “A história é sobre uma banda que deseja fazer sucesso. Falamos bastante sobre o fracasso. Um musical bem maluco! É uma experiência original que tem surpreendido até a nós mesmos”, explica. O grupo ficará em cartaz até dia 16 de outubro no Teatro Vivo (região do Brooklin), depois seguirão em turnê por algumas capitais do país.

Neste Dia dos Pais, acompanhe a seguir a conversa que tivemos com o papai “babão” como se define na atualidade, após o nascimento do primeiro filho, Noá, que completará nesta segunda (15), oito meses de muita fofura:

NaTelinha - Na última quinta-feira (11), você estreou em São Paulo seu espetáculo teatral “O Grande Sucesso”, no Teatro Vivo, localizado na região oeste da cidade. Conte-nos mais detalhes sobre a história da peça.

Alexandre Nero -
É um espetáculo de criação coletiva juntamente com meus amigos parceiros de Curitiba, dá onde eu saí, é minha equipe de confiança. Após oitos anos retorno trabalhando com eles. A história é sobre uma banda que deseja fazer sucesso. Falamos bastante sobre o fracasso. Um musical bem maluco! É uma experiência original que tem surpreendido até a nós mesmos. É um espetáculo divertido que toca em lugares importantes que acho necessário neste momento que estamos vivendo.  

NaTelinha - Traz uma sátira bem humorada da fama, é isso?

Alexandre Nero -
Faz parte do nosso humor curitibano, claro que nem todos do espetáculo são de Curitiba. É muito típico da gente. Eu gosto de deixar emblemático o seguinte, após minha estadia na TV, muitas coisas aconteceram na minha vida. Recebi diversos convites de diretores que nunca imaginei um dia. Feras. Poderia ter chamado outras pessoas, mas estão comigo nesse trabalho gente que eu gosto e confio. Esse era meu objetivo, realizar um espetáculo com as coisas que sempre fiz!

O diferencial do curitibano é justamente essa ironia, de “O Grande Sucesso”, só poderia ser um “grande fracasso”. Falamos da coxia (bastidores) de uma peça, as pessoas de saco cheio, metendo o pau no protagonista... Inveja, rancor, picuinhas e tudo mais, essas coisas todas de coxias e de vida, do tipo: “Quem é mesmo aquele ator que namora a morena da propaganda de Shampoo?”, muitas vezes não lembramos quem é. A gente ouve histórias dos grandes ícones como Tony Ramos sendo chamado de Antonio Fagundes. Isso é comum. São histórias recorrentes na vida dos artistas independente do porte deles.

NaTelinha - E te incomoda se de repente, uma parcela da platéia vá ao teatro na intenção de ver o “Comendador” ou o “Romero Rômulo” da novela das 9, e não levadas pelo espetáculo em si?

Alexandre Nero -
Eu tenho a mania de dizer que, como artista, tenho a obrigação de decepcionar as pessoas. Se essas pessoas esperam algo de mim, preciso fazer o inverso. Do contrário, não me sentirei um artista e sim um cara que está pegando apenas o dinheiro dela. Não estou a provocando em nada, apenas estará vendo o que ela já viu de mim em outros lugares. E provocar não necessariamente dessa forma boba que intitulam essa palavra, e sim no sentido de tocá-la, fazendo-a rir, chorar ou qualquer outra coisa. Por isso é justamente o que eu gostaria de fazer: trazer ao teatro uma peça de TEATRO. Coisa que raramente acontece com atores de TV. Ocorre muito de fazerem TV no palco. São ambientes diferentes.

Como também ocorre televisão feita no cinema. Por isso o teatro tem suas características próprias. Esse espetáculo em TV ficaria horroroso, em cinema talvez não funcionasse. Esse é o teatro em que acredito, é um musical que não é da Broadway, é brasileiro, mas sem forró e samba (risos). Quero usar o poder da mídia para apresentá-las TEATRO. Então, a senhora que for ver o “Comendador” vai morrer do coração e se perguntar: “Cadê, cadê, fui lá e não vi o Comendador...” Essas coisas acontecem muito.

NaTelinha - Suas expectativas em relação ao espetáculo “O Grande Sucesso” é que seja de fato, um grande êxito entre o público?

Alexandre Nero -
É uma tentativa. Para mim já é sucesso só pelo fato de estar com essa equipe. A pessoa que for assistir vendo no contexto vai se perguntar: “Que p... é essa?”. Fora do contexto mais ainda. Sem provocações como nudez, sexo, drogas ou algo desse tipo, são temas ultrapassados, não choca mais ninguém, na internet já tem isso.

NaTelinha - Eu sei que você é um curitibano apaixonado por sua cidade. Quais lugares você freqüenta e indica aos turistas ao visitarem sua terra natal?

Alexandre Nero -
Estava indo pouco à Curitiba, mas fiquei feliz ao ensaiar a peça inteira lá. São muitos lugares que eu poderia indicar, o “Dom Marques” [pizzaria] é um local que sempre vou, adoro ir aos bares da rua XV de Novembro aos domingos.


 

NaTelinha - Em 2007, você estreou na televisão fazendo uma participação na série “Casos e Acasos” vivendo o personagem Marcos. Em menos de uma década de carreira atuando nesta linguagem, você conquistou um patamar de visibilidade em seu oficio que muitos não conseguiram em tão pouco tempo, inclusive interpretando protagonistas – seja vilões, dúbios ou mocinhos – no horário nobre. É um orgulho? Como descreve sua ascensão na dramaturgia?

Alexandre Nero -
Eu nunca busquei isso... Tudo foi acontecendo naturalmente... As pessoas foram gostando. Me sinto feliz! Sim, orgulhoso pela trajetória que tenho feito, não só na Televisão, mas na música, cinema e no teatro também.

NaTelinha - São linguagens distintas e você consegue transitar com intimidade em todas elas...

Alexandre Nero -
É porque são muito próximas. Não vejo muita diferença. Sou ator e músico em todas essas linguagens. Na minha concepção em ser ator a musicalidade é importante e fundamental.

NaTelinha - Ao estrear seu primeiro trabalho de destaque na Rede Globo em “A Favorita”, no de 2008, você já era um músico conhecido por suas performances em Curitiba. Porém, boa parte do público pensa que o Nero “cantor” surgiu apenas após a fama... Essa desinformação te deixa desconfortável ou chateado?

Alexandre Nero -
Eu acho engraçado, não ligo, tiro um barato disso. Sempre falo para as pessoas: “Vão me ver, estou virando cantor agora”, acho divertido (risos). O público não tem a obrigação de saber disso.

NaTelinha - Vamos falar do seu trabalho na sétima arte. Recentemente você filmou o longa-metragem “João”. Como se sente ao protagonizar a história do Maestro João Carlos Martins no cinema?

Alexandre Nero -
O João é muito mais conhecido no Brasil como o homem superação pelas operações que fez, todas as dificuldades que teve, os momentos trágicos da vida... Do que ele musicalmente. Talvez o Brasil não o conheça tão profundamente na música erudita. Ele é o representante, um cara acima da média.

NaTelinha - A música erudita é pouco divulgada a seu ver?

Alexandre Nero -
Já começa por aí, nada no Brasil é valorizado culturalmente. A música erudita então passa anos luz de distância. O João é um cara fora de série por estar em um país que não dá a menor bola para esse tipo de música, ter conseguido se superar perante o mundo inteiro. Lembra muito um atleta olímpico, como se um esporte não existisse no Brasil, e ele supera os maiores do mundo.

Essa obsessão de ser impecável, perfeito, esse amor pela música acaba virando sua própria tragédia, trabalhando oito horas por dia em cima de um piano. A dificuldade dos movimentos, além das coisas que ocorrem e não depende dele, como os assaltos e acidentes em sua vida.

NaTelinha - Neste domingo (14), comemoramos o Dia dos Pais. Qual o sentimento em passar essa data tão especial, pela primeira vez, ao lado do Noá, que completará na segunda-feira (15) oito meses de vida?

Alexandre Nero -
É delicioso. A gente fica todo bobo. Ao ver esse serzinho lindo, renovou minha esperança na humanidade, sabe? Nós, seres humanos, éramos tão bacanas, nascemos legais...

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