Quem é o âncora do Cidade Alerta Rio que bateu recorde histórico no Ibope

Na última terça-feira (28), o Cidade Alerta Rio atingiu a maior audiência de sua história ao cobrir a megaoperação policial contra o Comando Vermelho. Em entrevista ao NaTelinha, o apresentador Ernani Alves atribui os bons resultados à confiança que os telespectadores têm no programa e ao trabalho em equipe.

No comando da atração há mais de 10 anos, o jornalista tem vasta experiência em reportagem, mas reconhece que ninguém faz nada sozinho: "Bater recorde de audiência é a consagração de um trabalho que envolve dezenas de profissionais dos departamentos de jornalismo e operações, assim como de outros setores da empresa".

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"O resultado que alcançamos mostra que os telespectadores do Rio de Janeiro confiam cada vez mais na nossa forma de mostrar a notícia: ao vivo, dando voz a população e analisando os fatos de forma imparcial, sem segundas intenções. Eu procuro usar sempre os princípios legais para fundamentar os comentários. Acredito que o público já tenha percebido que o compromisso é com a mais absoluta verdade, mesmo que para isso seja preciso incomodar muitos interesses", aposta.

Nos bastidores, Ernani Alves é conhecido por chegar às instalações da Record junto com a equipe de produção e participar de todo o processo necessário para que o Cidade Alerta Rio vá ao ar. O âncora explica que gosta de apurar e escrever, por isso consegue se aprofundar nos fatos e fazer uma cobertura rica em detalhes, como aconteceu na última semana.

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Questionado sobre como lida com as notícias pesadas que encara todos os dias, o jornalista responde que não existe uma maneira de se distanciar da realidade. "É a minha cidade, meu estado, meu povo. Eu vivo aqui e tenho uma grande responsabilidade que é dar voz a essa população que não suporta mais tanta violência, tantos bandidos nas ruas", pontua.

"Confesso que já aconteceu da tristeza me abater de forma profunda, principalmente diante de crueldades contra crianças. Lembro logo dos meus filhos, Nicholas e Laura, de três e dez anos."

Ernani Alves e a prestação de serviço no Cidade Alerta Rio

Aos 46 anos e formado em Jornalismo pela antiga Universidade Gama Filho, que ficava na Zona Norte do Rio de Janeiro, Ernani Alves tem a cidade "na palma da mão". No dia em que cobriu a ação dos policiais contra o tráfico de drogas, enquanto o motolink circulava, ele mencionava rua por rua.

"São 25 anos de jornalismo. Eu nasci no Rio de Janeiro. Sempre conheci bem o meu Estado e ainda tive a sorte de rodar pelas ruas como repórter durante boa parte da minha carreira. Isso facilita hoje na hora de narrar os fatos e contextualizar os locais onde eles estão acontecendo", ressalta ao NaTelinha.

Perguntado sobre como consegue conduzir o Cidade Alerta Rio sem cair no sensacionalismo, o âncora destaca que o que seu programa faz é uma prestação de serviço para a população: "Quando a gente mostra uma operação policial que afeta o trânsito, por exemplo, imediatamente a preocupação é informar vias a serem evitadas por causa do risco de balas perdidas".

"O mesmo a gente faz para quem usa ônibus, metrô, trens. Isso jamais pode ser classificado como sensacionalismo. Isso é prestação de serviço. É compromisso com a população. A nossa audiência elevada também é resultado dessa abordagem. O programa mostra os fatos e orienta milhares de pessoas afetadas pela notícia, zelando pela segurança de todos", defende Ernani.

Na terça-feira (28), a Record Rio alcançou a sua maior audiência dos últimos 15 anos ao dedicar 10 horas ininterruptas à cobertura da operação policial nos complexos do Alemão e da Penha. A emissora registrou média de 10,8 pontos, 18,4 de pico e share de 20,4%, consolidando a liderança com o jornalismo local. Já o Cidade Alerta Rio, marcou 15,8 pontos de média e 21,4% de share, conforme compartilhado pelo apresentador no Instagram, rede social na qual ele acumula mais de 350 mil seguidores.

Embora tenha cumprido sua missão de deixar o público carioca informado sobre a ação que chegou a esvaziar as ruas da cidade, essa edição histórica trouxe à memória do veterano uma lembrança de 2011, época em que ele ainda trabalhava em outro canal e perdeu um membro de sua equipe.

"Essa mesma facção criminosa alvo da operação desta semana foi responsável pelo dia mais triste do meu trabalho como jornalista: o dia que tive o meu cinegrafista atingido por um disparo de fuzil", recorda Ernani Alves.