Ex-sócio da Globo em Portugal morre aos 88 anos
Político, empresário e jornalista, Francisco Pinto Balsemão foi uma das figuras centrais da transição democrática portuguesa
Publicado em 21/10/2025 às 21:45
Francisco Pinto Balsemão, fundador da SIC (Sociedade Independente de Comunicação) e ex-sócio da Globo, morreu nesta terça-feira (21), aos 88 anos, de causas naturais, em Lisboa, cercado pela família.
A informação foi confirmada pelo grupo Impresa, responsável pela SIC e pelo jornal Expresso, veículos que Balsemão presidiu até o final da sua vida.
Nascido em 1º de setembro de 1937, em Lisboa, em uma família da alta burguesia, Balsemão formou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e iniciou sua carreira jornalística no Diário Popular, nos anos 1960, onde obteve a carteira profissional n.º 18.
Em 1973, fundou o semanário Expresso, durante o regime do Estado Novo, e no mesmo ano criou o grupo Impresa, que expandiu para publicações como Visão, Exame e canais temáticos, incluindo a SIC Notícias e a SIC Radical. Segundo registros, defendia a independência editorial por meio da sustentabilidade econômica dos veículos.
Relação com a Globo
A relação de Balsemão com a Rede Globo foi principalmente uma parceria estratégica e de investimento no lançamento da SIC. Inicialmente, a Globo entrou como acionista minoritária, com 15% do capital da emissora, participação que ajudou a superar desafios financeiros e regulatórios durante a quebra do monopólio da RTP, a televisão estatal portuguesa. A parceria incluiu cooperação técnica e de conteúdos, permitindo que a SIC se consolidasse como líder de audiências na década de 1990.
Segundo relatos, Balsemão negociou diretamente com Roberto Marinho, fundador da Globo, que inicialmente hesitou, mas acabou convencido após contatos intensos, incluindo ligações para a família Marinho durante férias no Brasil. A aliança também foi facilitada por conexões familiares e diplomáticas de Balsemão, marcando a expansão internacional da Globo na Europa.
Em 2003, a Globo vendeu sua participação ao Banco Português de Investimento (BPI), que transferiu o controle ao Grupo Impresa em 2004, mas a colaboração em produções continuou nos anos seguintes. Balsemão homenageou publicamente Roberto Marinho em diversas ocasiões, incluindo eventos de condecorações portuguesas.
Política
No campo político, Balsemão foi um dos fundadores do PPD/PSD em 1974, ao lado de Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota, sendo registrado como militante n.º 1. Ocupou cargos como ministro adjunto no primeiro governo provisório após a Revolução dos Cravos, vice-presidente da Assembleia Constituinte em 1975, deputado e presidente do PSD entre 1980 e 1985.
Entre janeiro de 1981 e junho de 1983, exerceu o cargo de primeiro-ministro, sucedendo Sá Carneiro após o acidente de Camarate, período que combinou instabilidades políticas e implementação de reformas democráticas.
Importante nome do jornalismo
Além das atividades jornalísticas e políticas, Balsemão contribuiu para leis de liberdade de imprensa, atuou como membro do Conselho de Estado desde 2005 e presidiu o Conselho Europeu de Editores. Recebeu a Grã-Cruz da Ordem de Camões em seu 88.º aniversário. Era casado com Mercedes Presas Balsemão, pai de cinco filhos, avô de 14 netos e bisavô.
A morte do ex-primeiro-ministro gerou homenagens de figuras públicas portuguesas. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa declarou que Balsemão foi "visionário, pioneiro e democrata", presente em "quase todos os combates desde os anos 1960". O primeiro-ministro Luís Montenegro propôs luto nacional. O PSD publicou nota lamentando a perda do "fundador e figura maior" do partido.
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