Luto

Morre ator Francisco Cuoco, aos 91 anos

Artista foi um dos maiores galãs da teledramaturgia brasileira


Francisco Cuoco
Francisco Cuoco estava enfrentamento grandes problemas de saúde - Foto: Reprodução
Por Daniel César

Publicado em 19/06/2025 às 17:35,
atualizado em 19/06/2025 às 17:47

O ator Francisco Cuoco morreu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele estava internado havia cerca de 20 dias, sedado, com o estado de saúde agravado por conta da idade avançada e de uma infecção decorrente de um ferimento, segundo informou sua irmã, Grácia Cuoco. A causa oficial da morte não foi divulgada.

Nos últimos meses, Cuoco enfrentava problemas de saúde recorrentes. Teve infecções nos rins, dificuldades de locomoção, sobrepeso — chegando a cerca de 130 quilos —, além de crises de ansiedade.

Ele morava com a irmã Grácia, de 86 anos, em um apartamento na zona sul da capital paulista, com auxílio de cuidadores. Em julho de 2024, participou de uma entrevista ao programa Tributo, da TV Globo, que o homenageou em 6 de junho, poucos dias antes de sua morte.

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Francisco Cuoco nasceu em 29 de novembro de 1933, no bairro do Brás, em São Paulo. Filho do feirante italiano Leopoldo Cuoco e de Antonieta, ajudava o pai durante o dia e estudava à noite. Chegou a cogitar o curso de Direito, mas abandonou os planos ao ingressar na EAD (Escola de Arte Dramática), de Alfredo Mesquita.

A carreira teve início no teatro, na década de 1950. Atuou em companhias como o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro dos Sete. Estreou nos palcos em 1958, na peça A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso, ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto. Recebeu o prêmio da APCA como melhor ator coadjuvante em 1964 por O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues.

Sucesso de Francisco Cuoco na TV

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Na televisão, começou na TV Tupi, em 1957, participando de teleteatros. Passou pelas emissoras TV Rio, TV Excelsior e TV Record antes de se consolidar na Rede Globo a partir de 1970. Interpretou personagens centrais de novelas que marcaram a teledramaturgia brasileira.

Entre os papéis mais conhecidos estão Cristiano Vilhena, em Selva de Pedra (1972), Carlão, em Pecado Capital (1975), e Herculano Quintanilha, em O Astro (1977). Em O Outro (1987), interpretou dois personagens, Paulo Della Santa e Denizard, em uma trama de troca de identidades.

Também participou de Redenção (1966–1968), novela com 596 capítulos, considerada a mais longa do país. Outros trabalhos incluem O Salvador da Pátria (1989) e Cobras & Lagartos (2006).

No cinema

No cinema, atuou em produções como Anuska, Manequim e Mulher (1968), Cafundó (2005) e Real Beleza (2015). Declarou em entrevistas que recebeu poucos convites para o cinema e recusou outros.

Seus últimos trabalhos foram na novela Segundo Sol (2018), na qual teve um papel fixo, e na participação especial em Salve-se Quem Puder (2020), interpretando a si mesmo. Em 2023, voltou à TV em uma participação na série humorística No Corre, do canal Multishow, ao lado de Edgar Vivar.

Vida pessoal

Na vida pessoal, foi casado com a atriz Carminha Brandão entre 1960 e 1964 e, depois, com Gina Rodrigues entre 1971 e 1984, com quem teve três filhos: Tatiana, Rodrigo e Diogo. De 2013 a 2017, namorou a estilista Thaís Almeida, 53 anos mais jovem.

Em 2019, foi alvo de um processo de paternidade movido pelo modelo Anthony Junior, que alegava ser seu filho. O exame de DNA, realizado em 2023, descartou a relação biológica.

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