Ponderação

Antonio Fagundes sobre demissões da Globo: "Está se desfazendo de seu patrimônio"

Para ator, público se acostumou a ver rostos na Globo e se desfazer deles pode ser perigoso


Antonio Fagundes foi dispensado pela Globo - Divulgação

Fora da Globo depois de 44 anos de serviços prestados, Antonio Fagundes demonstrou que não concorda com a política da emissora de dispensar seus principais nomes, como vem acontecendo em 2020. "A Globo está se desfazendo de seu patrimônio e arriscando sua história". Aos 71 anos de idade, Fagundes está cotado para integrar o elenco do remake de Pantanal, que a Globo produzirá no ano que vem.

Numa longa entrevista publicada pela revista Veja, Fagundes não hesitou em criticar a Globo pela onda de demissões. E fez uma analogia: "É como se um museu que durante décadas expôs a Monalisa de repente resolvesse se desfazer justamente dela. Pode ser bom, do ponto de vista administrativo e financeiro, mas corre-se um grande risco".

"A Globo não é uma fábrica de sapatos, trabalha com arte, emoção e fidelidade. Durante 50 anos, o público assistiu a essas pessoas nessa emissora e tem um carinho especial por elas. É como se a empresa propusesse esquecer todo o passado e começar o futuro. Pode dar certo, mas também pode não dar", ponderou.

Para o ator, todos esses anos de emissora foram bons, e relembra que logo quando entrou, era contratado por obra: "Queria ter liberdade de fazer só o que me interessasse. Com o tempo me rendi, até porque tinha conquistado certa independência na escolha dos trabalhos".

Ele avalia que a Globo mudou um pouco sua forma operacional: "Entendo que não é específico comigo, que não fui mandado embora porque não sirvo mais. Até porque já estão querendo me contratar para o remake da novela Pantanal, no ano que vem".

Fagundes cutuca Mario Fias

Questionado sobre o ator Mario Frias ter assumido o lugar de Regina Duarte na secretaria de cultura, bradou: "Nunca vi nada desse rapaz como ator. Sou absolutamente contra a ideia de chamar um artista para a secretaria da cultura. São universos opostas".

"O que um ambiente tem de nocivo, o outro é liberdade, paixão, vontade de fazer. Acaba sendo uma carnificina, tanto para o artista quanto para quem seria contemplado com as decisões. Não dá pra avaliar a atuação do Mario Frias porque ela não existe. Ele vai fazer o que o presidente quiser".

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