Paulo Cintura defende Bolsonaro: "As pessoas não entendem amizade pura e sincera"
Humorista ex-Escolinha participou das manifestações pró-governo
Publicado em 05/05/2020 às 04:30
O humorista Paulo Cintura, 68, ficou conhecido pelo seu bordão “Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa" na Escolinha do Professor Raimundo. Porém, no último domingo (03), ganhou as manchetes ao participar do ato pró-Bolsonaro em Brasília. Em entrevista ao NaTelinha, ele contou que sua amizade com o presidente nasceu sem interesse e explicou que após Sérgio Moro ter deixado o governo, sua opinião mudou sobre o ex-ministro da Justiça.
"Ele era um cara que eu falava bem dele nas manifestações em Copacabana, sempre gostei dele, mas eu fiquei triste. Sabe uma esposa traída? Um marido traído? Assim que me senti: traído. Eu realmente acreditava nele. Estou triste e completamente decepcionado com a atitude dele. Profundamente”, lamentou Paulo Cintura.
Em outro trecho da entrevista, falou sobre sua amizade com Bolsonaro: “Eu moro num lugar e ele mora no lado. Surgiu, sabe? Surgiu do nada. Sem compromisso nenhum, sem interesse nenhum, como qualquer amizade. É que as pessoas hoje em dia têm o coração tão ruim que acham que tudo é armação".
Confira a entrevista de Paulo Cintura:
Como você avalia a sua participação no ato a favor do Bolsonaro no último domingo (03)?
Paulo Cintura - Eu avalio minha participação no ato a favor do Bolsonaro como de qualquer cidadão brasileiro que se preocupa com seu país. Eu acredito que as pessoas que tenham ido até o Bolsonaro, que não foi uma manifestação do Bolsonaro, mas em prol do Brasil, são de patriotas e valentes. Os merdinhas e covardes ficam em casa embaixo do cobertor para não pegar o bichinho. O pessoal que é realmente brasileiro vai pra rua lutar pelo seu país, é o que aconteceu.
Um monte de b**** ficou escrevendo por aí nas redes sociais o seguinte: ‘que absurdo!’. Que absurdo é o c******, meu irmão! Nós que somos brasileiros, nós somos patriotas. Então a gente vai pra rua pra lutar pelo Brasil. Então esses merdinhas ficam em casa escondidos debaixo da cama da vovó e deixando os ratos da política tomando conta do nosso país. Nós não vamos permitir isso, meu irmão! Nós somos guerreiros, batalhadores e nós vamos a luta com bichinho chinês ou sem bichinho chinês.
A manifestação foi contra o STF e pode ser considerado antidemocrático. Como você responde essa crítica?
Paulo Cintura - Só rindo, eu sou brasileiro e luto pelo meu país. Se eu luto pelo meu país, eu tenho que apoiar o Bolsonaro. O Bolsonaro é um cara totalmente ligado a religião, a família, a criança, o adolescente, em prol disso tudo. E essas outras pessoas, que eu chamo de experimentos de ratos da política, eles querem o caos econômico para voltar outra vez a tomar conta do nosso país pra fazer aquilo que a gente sabe o que acontece e nós não. Esses caras pra mim são nada. Bolsonaro é o que me interessa, o resto é lixo, é nada, conversa fiada.
Profissionais da imprensa foram agredidos. Como você vê isso?
Paulo Cintura - Ué, não vejo nada. Eu não vi nada disso. Se foram agredidos, foram agredidos pela população. Eu não vi nada disso. Pior é o PT, que o cara ia salvar o Brasil e nego dava soco na cara, chute e o casseta. Já botou os caras pra fora. Eu não vi nada disso. Mas se aconteceu, o que eles foram fazer lá? Essa imprensa que só vai lá pra ferrar o Bolsonaro e ferrar o povo brasileiro. Só querem a desgraça do Brasil. Se colocaram pra fora, não posso fazer nada. Cada um responde por si. Eu responderia por mim: eu não colocaria esses ratos de jornalismo pra fora de jeito nenhum, mas se colocou, problema deles.
Como você avalia, de uma forma geral, a passeata?
Paulo Cintura - Avalio tudo de uma forma altamente positiva, ou seja, o povo está com Bolsonaro. O exército do Bolsonaro é o povo brasileiro. Eu estava lá. Meu irmão, o povo colocou 28 mil carros. Era carro pra caramba. As pessoas saíram dos seus carros e foram pro Palácio do Planalto. Então aquilo ali foi uma festa de tantos mil, uma festa do povo brasileiro, uma festa da conquista do povo brasileiro. Não me interessa o que fulano acha ou não acha, eu tenho minha opinião própria e é minha opinião que prevalece, não do jornalista dessas emissoras de bosta que estão contra o Brasil.
NT – Como surgiu essa sua amizade com o Bolsonaro?
Paulo Cintura - Eu moro num lugar e ele mora no lado. Surgiu, sabe? Surgiu do nada. Sem compromisso nenhum, sem interesse nenhum, como qualquer amizade. É que as pessoas hoje em dia têm o coração tão ruim que acham que tudo é armação. As pessoas não entendem amizade pura e sincera entre as pessoas. Esse é o problema, meu irmão.
NT – O Moro era muito bem avaliado pelos apoiadores do Bolsonaro. Com a saída dele do governo, sua opinião sobre o Moro mudou?
Paulo Cintura - Da água pro vinho. Ele era um cara que eu falava bem dele nas manifestações em Copacabana, sempre gostei dele, mas eu fiquei triste. Sabe uma esposa traída? Um marido traído? Assim que me senti: traído. Eu realmente acreditava nele. Estou triste e completamente decepcionado com a atitude dele. Profundamente.
Você avalia a saída do Moro como uma traição?
Paulo Cintura - Como uma traição? (pensativo) Eu avalio a saída dele como um despropósito, saiu na hora área. Tinha que ter segurado a onda. O navio tá afundando e o capitão pula fora do navio? A atitude dela não foi correta. Eu ficaria até o final. Ele foi incorreto com o Brasil, não incorreto com o Bolsonaro. Ele foi incorreto com o povo brasileiro que tinha a maior fé nele e confiança nele. E eu soube, não sei se é verdade, que ele tá preocupado com a biografia dele. Ele tá preocupado com a biografia dele e o Bolsonaro com o Brasil. Há uma grande diferença de um para o outro.
Você concorda com a posição do Bolsonaro sobre o coronavírus, classificando como resfriadinho, que as pessoas precisam ir para as ruas trabalhar?
Paulo Cintura - Eu penso o seguinte: vá pra rua, pegue Sol, faça exercícios, ar livre, alimentação alcalina, aumenta a imunidade, sorria e seja otimista. Vai ficar em casa como, meu irmão? Fechado, todo mundo fechado e o bichinho rodando por aí? Tem que ter ar livre, tem que ter corrente de ar, tem que ter Sol, só vitamina D. Sou totalmente a favor das pessoas não ficarem em casa. Você fica em casa, enquanto os políticos ficam fazendo festinha, dançam, se abraçam e não usam máscara? Isso é uma gozação com o povo brasileiro.
Será que ninguém percebe que esses governantes querem o caos econômico pra poder dar corda no Bolsonaro? Será que ninguém acordou ainda? Aí fica um monte de zé ruela falando ‘fica em casa’, mas eles ficam em casa tomando champanhe, comendo lagosta, mas a empregada dele tá lá na casa dele dando comida. A realidade é que as pessoas são pobres, moram 10 caras na mesma casa, num espaço de três quartos e precisam trabalhar. Como você quer que ele fique em casa?.
Paulo, o Bolsonaro é acusado por opositores de ter exonerado o ex-diretor da Polícia Federal por estar investigando o caso das rachadinhas nos gabinetes dos filhos e queria nomear uma pessoa ligada à família. Como você avalia isso?
Paulo Cintura - O Lula não nomeou um monte de Ministro na Polícia Federal e ninguém falou nada. Agora o Bolsonaro quer nomear gente da confiança dele e aí descem o pau. Eu não entendo esse negócio de rachadinha, mas se eu sou presidente do Brasil, eu colocaria alguém da minha confiança na Polícia Federal. Se o cachaceiro e a ‘burralta’ colocou um monte de ministro aí sem capacidade, que nem concurso público passaram, pô meu irmão, como é que não pode colocar um chefe da Polícia Federal no cargo? Não entendo isso.
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