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Opinião: O melancólico momento da ESPN Brasil

Canal esportivo parece não saber que rumo tomar


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Bruno Vicari, Fábio Luciano e Celso Unzelte no novo "Sportscenter". Foto: Divulgação

Quando, há alguns anos, a ESPN Brasil anunciou que o narrador João Palomino assumiria as funções de direção artística no lugar de José Trajano, muita gente julgou a decisão estranha. Rapidamente, o novo executivo do canal imprimiu seu estilo que acabou se tornando uma cova para uma das emissoras mais queridas do Brasil.

Agora, a ESPN Brasil anunciou nova estruturação, inclusive com a demissão de Palomino – Trajano já tinha se desligado do canal há alguns anos – e a cúpula da Disney, dona do grupo, mudou novamente o perfil da grade de programação e acabou por piorar o que já era ruim.

Com as mudanças de Palomino, rapidamente a emissora deixou de se tornar referência no jornalismo esportivo e em transmissões e apostou em programação ao vivo informal com o chamado “jeito engraçadinho de fazer jornalismo”. Ele batia na tecla que os críticos estavam equivocados porque a audiência indicava acerto. Deu no que deu.

Agora, o que se vê é um monstrengo que parece saído das mãos do Dr Frankestein. Parte dos programas aposta no jornalismo informal cheio de piadas e bom humor, além da irresponsabilidade com a notícia, chegando ao ponto de um dos jornalistas do grupo cravar que lá eles são precipitados mesmo.

Por outro lado, existe ainda a nova fórmula que é justamente o oposto da primeira. O jornalismo formal, com direito a roupa social e tom de voz baixo, quase sempre lendo o teleprompter e colunistas de pé, falando com olhar direto para a câmera, num estilo que se vê muito na Globonews.

Se você busca jornalismo responsável, a ESPN Brasil deixou de ser opção. Se você busca programação que se aprofunda na discussão e análise esportiva, o canal também não é o ideal, já que as mesas redondas estão cheias de profissionais que preferem opiniões exageradas só para virar manchete. E se você procura jornalismo formal, você também não encontra, já que o canal acha que basta colocar um terno em seus profissionais conhecidos por serem despojados e o problema estará resolvido.

A ESPN não é nem sombra do que já foi um dia e terá muito trabalho caso queira se recuperar. Uma pena.


* Essa opinião é pessoal e não reflete necessariamente a posição do site.

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