#EleNão

Emissoras fazem cobertura tímida de protestos de mulheres contra Bolsonaro

Mulheres Contra Bolsonaro saíram pelo Brasil vociferando: Ele Não


Campanha contra Jair Bolsonaro
Reprodução

Este sábado (29) ficou marcado pela série de protestos previamente marcados pelo movimento "Mulheres Contra Bolsonaro", que lançou a famosa tag #EleNão. Nas redes sociais, bombaram informações, fotos e vídeos.

No entanto, na televisão, a cobertura em programas que privilegiam a programação ao vivo dos fatos foi extremamente tímida, e claramente houve um erro de proporção do que poderia ser feito.

Com edições ao vivo no fim de tarde deste sábado, os programas "Cidade Alerta", da Record TV, e "Brasil Urgente", da Band, ignoraram por completo as manifestações e não exibiram matérias, nem mesmo imagens do local das manifestações.

Na atração da Record, os costumeiros casos policiais e escabrosos tomaram conta. Na Band, além dele, houve uma reprise da entrevista feita com Datena com Jair Bolsonaro, que teve grande repercussão um dia antes.

Além disso, o apresentador berrou para quem quisesse ouvir: "Eu não voto em ninguém. Em ninguém!". Bom, eu imagino que Datena vote em alguém, mas prefere deixar isso claro para fugir um pouco das críticas. Vale lembrar que ele sairia candidato ao Senado por São Paulo neste ano, mas desistiu.

Emissoras fazem cobertura tímida de protestos de mulheres contra Bolsonaro

Enquanto isso, na Globo News e na Band News, informações rápidas. Na primeira, apenas no chamado "Boletim de Notícias", de hora em hora, como acontece nos plantões do fim de semana, o telespectador ficou informado. Reprises de programas também tomaram conta.

Apenas por volta das 18h houve um link mais demorado por conta de uma pequena fogueira que foi acendida na manifestação do Rio, mas nada além disso. Na Band News, alguns links, mas muito pouco.

O fato é que todos esses veículos e programas que citei acima primam pela programação ao vivo, e não citar ou transmitir com mais afinco uma manifestação nacional abre margens para críticas de parcialidade - e críticas essas que caberiam razão, diga-se.

Vale lembrar que a cobertura das eleições tem uma legislação eleitoral a ser seguida, mas não é por causa disso que precisa praticamente não falar dos manifestos do #EleNão. Trocar um fato extremamente relevante por reprises e casos policiais banais é praticar não-jornalismo.

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