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Esforço da Fox é bem louvável, mas serviço premium ainda é irrelevante

Eu Paguei pra Ver analisa os programas e movimentações da TV por assinatura


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Fotos: Divulgação

Quem acompanha minimamente os bastidores da TV por assinatura sabia que a Fox era capaz de retirar seus canais da Sky, a segunda maior operadora do Brasil, com mais de cinco milhões de assinantes.

A programadora já havia feito isso com a Oi TV, menor, mas que tem pouco mais de 1 milhão de clientes, o que já é uma base respeitosa. E tudo por conta de um serviço premium, lançado há seis meses, que está dando o que falar.

É o tal Fox Premium. Com dois canais - Fox 1 e Fox Action -, ele promete "grandes estreias e eventos exclusivos". É louvável que a Fox entre num campo que é praticamente dominado pela Globosat.

Hoje, os pacotes à la carte brasileiros só possuem canais da Globosat - Premium, Combate e adultos - e a Fox tem praticado o mesmo esforço que fez, lá atrás, com o Fox Sports.

Todo monopólio é ruim. Concorrência é sempre bem-vinda. Mas a concorrência tem que ser justa e acessível para os assinantes, e isso, o Fox Premium ainda precisa saber lidar.

Pesquisando os seus preços nos anúncios onde já é carregado, o Fox Premium custa um absurdo pelas suas atrações. Na Vivo, o preço é de 32 reais por mês, mais caro até que o pacote dos canais HBO.

Na NET e Claro, que são dos mesmos donos e praticam os mesmos preços, é de R$ 14,90, numa promoção válida por 12 meses. Depois, o valor aumenta para R$ 24,90. É alto, se comparado ao que canal oferece.

Com todo o respeito às produções da Fox, atualmente o pacote só tem como grande chamariz as estreias simultâneas de "The Walking Dead" e a boa "Vikings". De restante, nada muito atraente ou que valha a pena pagar tanto.

"The Walking Dead" é um programa de temporada, e ficar com o canal por 12 meses só por conta de uma série na maioria dos casos não vale a pena, ainda mais em tempos de crise.

A Fox tem sido radical demais. O seu pacote premium ainda é irrelevante, quando comparado com Telecine e HBO. É legal com ele, mas não é indispensável. Entendível a decisão da Sky de não querer carregá-lo. O problema é que isso prejudica cinco milhões de clientes. Celeuma de cachorro grande, e sem previsão de término.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Ainda assina as colunas "Antenado", sobre TV aberta, e "Eu Paguei pra Ver", sobre TV por assinatura. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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