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Mesmo melhor nos últimos dias, "Sol Nascente" ainda tem saldo bem negativo

Antenado


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Fotos: Divulgação/TV Globo

No ar desde agosto do ano passado no horário das 18h, "Sol Nascente" já vinha dando mostras em suas chamadas que não seria lá uma novela tão atraente e boa de se assistir. No ar, o resultado realmente foi bem isso.

A trama principal é chata ao extremo. Até agora, não dá para entender como Mário, papel de Bruno Gagliasso, é apaixonado por Alice, vivida por Giovanna Antonelli. Aconteceu do nada e o laço ficou extremamente forçado no roteiro.

Aliás, o grande problema da novela é o texto de Walther Negrão, Júlio Fischer e Suzana Pires. Os diálogos são bons, mas as situações são extremamente folhetinescas e previsíveis. Quando se inicia uma cena, o telespectador mais atento às novelas tem a sensação de que sabe como ela vai terminar.

Nada contra o clichê, mas ele precisa ser bem usado, e "Sol Nascente" não o faz de forma lá muito eficaz. É bem verdade: na semana passada, durante a situação da falsa morte de Mário, planejada por César - feito por Rafael Cardoso, e que tem um outro problema: um vilão com motivação gratuita -, o roteiro foi bem escrito e de fato prendeu a atenção do espectador.

Não à toa, "Sol Nascente" bateu seu recorde de audiência desde a estreia. Ibope, aliás, que não está ruim. 20,5 pontos de média geral até o momento, e na frente das elogiadas "Além do Tempo" e "Sete Vidas" exibidas nos últimos tempos. Mas se audiência transmitisse qualidade...

No quesito atuação, não há um grande destaque por assim dizer. Apenas atuações corretas dos protagonistas, com um pouco mais de destaque para Antonelli, que parece estar um uma certa 'zica' na carreira. De 2011 para cá, apenas insucessos de crítica: "Aquele Beijo", "Salve Jorge", "Em Família", "A Regra do Jogo" e "Sol Nascente" agora. Um tanto de talento desperdiçado.

Outra que tem um pouco mais de destaque na novela é a jovem Giovanna Lancelotti. Boa atriz, a garota tem talento e precisa de um papel melhor para mostrar. Na atual trama das 18h ela tenta, mas o material limitado não ajuda. Foi assim em outras recentes como "Alto Astral" e "A Regra do Jogo". Merecia algo melhor.

"Sol Nascente" parece ser feita apenas para "passar o tempo". Tenta ser um feijão com arroz, mas no fim, fica tudo sem gosto, sem sal, sem nada. Mesmo aumentando o tempero na última semana, o saldo é bem negativo. É torcer para "Novo Mundo" chegar logo.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Ainda assina as colunas "Antenado", sobre TV aberta, e "Eu Paguei pra Ver", sobre TV por assinatura. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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