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"The Voice Brasil" quinta temporada: menos lágrimas, mais escapismo

Estação NT


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Divulgação/TV Globo

Depois de cinco temporadas, sendo o seu retorno na última quarta-feira (05), o que mais se tem a dizer sobre “The Voice Brasil”? O programa se firmou no calendário dos realities shows e emprestou ar moderninho para a Globo, que ainda baseava as atrações do gênero em seu já combalido “BBB”.

A pergunta acima seria desafiadora porque, em partes, a atração criou certa familiaridade com o seu público, apostando não somente no formato “show de talentos”, presente na televisão desde que ela existe, mas também porque aposta em uma espécie de “jornada do herói” da vida real.

Tal jornada, exposta por vários estudiosos de histórias da ficção (filmes, livros...), mostra de maneira científica o que nos atrairia tanto nestes enredos.

Primeiro, o herói (ou heroína) é apresentado no seu ambiente natural, recebe, em seguida, o chamado para a missão, ganha ajuda de tutores e assim caminha até o glorioso desfecho. Sim, “The Voice Brasil” também tem um pé no imaginário: troque “chamado” por “vocação musical”, e os tutores estão aí no show bussiness brasileiro por décadas.

Observando, porém, a estreia desta nova temporada (na fase das audições às cegas), há um detalhe emprestando fôlego ao programa. É a sua produção mais redonda, mais esperta, que parece ter aprendido com o seu original norte-americano aumentar a diversão, o escapismo, e ao mesmo tempo, enxugar a emoção fácil.

As primeiras apresentações já colocam os participantes no estúdio com a velocidade de um soco. As suas biografias, mostradas em poucas linhas e imagens, sem lágrimas ou discursos sobre realizações de sonhos. Esta objetividade se refletiu em seu elenco.

Carlinhos Brown deixou de lado gritos de guerra, Cláudia Leitte direcionou a euforia para a escolha ligeira dos candidatos (mesmo que soltasse aqui e ali frases de efeito constrangedoras), Lulu Santos perdeu (sem deixar a ternura) o lado filósofo distraído. Apenas Michel Teló, a despeito do carisma, parece deslocado.

De resto, “The Voice Brasil” mantém alguns dos cacoetes bem nacionais, como o louvor exagerado aos candidatos que imitam os exageros gringos, na voz e no estilo. Mas a partir daí só Gilberto Freyre explica.


Ariane Fabreti é colunista do NaTelinha. Formada em Publicidade e em Letras, adora TV desde que se conhece por gente. Escreve sobre o assunto há sete anos.


 

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