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Entrevista de diretor da Globosat mostra quem dá as cartas na TV esportiva

Antenado


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Alberto Pecegueiro, o todo-poderoso da Globosat

Nesta semana, uma entrevista do diretor geral da Globosat, Alberto Pecegueiro, para o jornal Folha de S.Paulo teve uma grande repercussão na mídia e nas redes sociais (Para quem não leu, pode ver aqui).

Pela primeira vez, um executivo, seja ele de operadora ou programadora, falou abertamente sobre a negociação entre a Turner, Net, Sky, Claro TV e outras operadoras para a entrada do Esporte Interativo nelas - lembrando sempre que o E+I tem como trunfo a exibição exclusiva da UEFA Champions League.

As falas de Pecegueiro foram sensacionais e sinceras. E isso tem que ser dito, já que aprecio a sinceridade. No entanto, elas demonstraram uma coisa: como o executivo tinha acesso a tantas informações, sendo que não participa diretamente das negociações? Como ele sabe qual é o problema do Esporte Interativo, se anteriormente e várias vezes, o próprio já havia dito que não tinha qualquer envolvimento nestas negociações e que não sabia dos detalhes? Ficou muito contraditório as atuais falas com as antigas dadas pelo mesmo e pela Globosat.


Edgar Diniz é o presidente do Esporte Interativo


Quem leu a entrevista e acompanha o noticiário da briga velada, entendeu quem dá as cartas. Concordei com Edgar Diniz, presidente do EI, na questão da preocupação. Ninguém contesta a competência da Globosat, a qualidade de canais como SporTV, GNT, Viva, Megapix, dentre outros. Não é a principal programadora do país à toa, eles exalam competência. Mas me parece que há um receio enorme de que o Esporte Interativo faça sucesso, tenha grande aceitação - maior do que já tem, diga-se. O canal tem a página de esportes mais curtida do Facebook no mundo.

Parece que o Esporte Interativo e a Turner desafiam o modelo atual de TV por assinatura do Brasil - o próprio Pecegueiro admitiu isso -, e o fato assusta quem está há muito tempo. O novo assusta, historicamente sempre assustou.

Mas o público que quer o canal, e não é pequeno, não pode pagar pelos medos dos executivos. Quem deve dar as cartas não é uma ou outra operadora ou programadora. É quem paga, é o público. E se o público quer o EI, que lhe seja dado o EI.
 

Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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