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"BBB15" aposta na mistura e na tensão para recuperar a audiência


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Reprodução

Logo após a estreia do “BBB15” terminar na Globo ontem à noite, deixando o sinal aberto para o pay-per-view, um usuário do Twitter postou: “ninguém ainda gritou uhuul e caiu na piscina?”.

Há tanto tempo na programação, o “BBB” luta para se manter relevante, ainda mais quando a edição do ano passado marcou a menor audiência e a menor repercussão da história do reality.

A pergunta em tom de brincadeira, refletiria, no fundo, certa nostalgia que tomou os fãs do programa durante as edições mais recentes, com elenco mais preocupado em malhar na academia da casa e a exibir os corpos do que a agitar a atração com intrigas e barracos.

Boninho, o diretor, entendeu o recado do Ibope. Cumpriu a promessa, espalhada pelos quatro ventos do marketing, de “voltar às origens”, ou seja, realizar um “BBB” com participantes variados, “a cara do Brasil”: o rapaz com visual caipira, a advogada loiríssima e a dentista que adora usar aventais de oncinha parecem ser a antítese do produtor cultural nordestino, do motoboy do subúrbio carioca e da senhora artesã.

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O conteúdo relembrou os velhos tempos, mas a forma se mostrou mais elástica. Pela primeira vez o processo de seleção para entrar na casa foi escancarado, através de constrangedoras cenas de dinâmicas de grupo. No lugar das apresentações genéricas dos participantes, a produção exibiu as suas rotinas no estilo documentário, com direito a closes distraídos e a cenas no local de trabalho. A entrada na casa se deu por uma espécie de jogo de cabra-cega, no qual o elenco se conheceu com olhares surpresos, também garantidos pela notícia de que o líder não teria mais imunidade.

Um Pedro Bial contido em meio a uma edição de cenas idem, que, ao contrário das demais edições, deixou a hiperatividade de lado, investindo no cuidado ao introduzir o elenco e na possível tensão entre pessoas tão diferentes.

Com gritinhos ou não, com ou sem pulos coletivos na piscina, o “BBB15” parece que vai agradar aos fãs do gênero por misturar classe A e C, a linguagem de reality com a de outros gêneros (meio novela, meio jornalístico, tal qual mostraram as cenas das vidas dos participantes), o que ajuda a explicar o motivo do programa completar quinze anos no país da ficção. 


Ariane Fabreti é a nova colunista do NaTelinha. Formada em Publicidade e em Letras, adora TV desde que se conhece por gente. Escreve sobre o assunto há sete anos.

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