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Por que o cinema brasileiro não consegue produzir comédias de qualidade?

Antenado


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Divulgação

Primeira coluna de 2015, a primeira também depois das férias. Durante este período, aproveitei para ver filmes. Muitos filmes. Dos mais variados gêneros, tipos, etc.

Provavelmente, vi mais filmes de comédia neste curto tempo, do que qualquer outro gênero. E decidi tirar uma dúvida que pairava na minha mente: os produtores brasileiros sabem fazer rir? Definitivamente, não.

Escrevo este texto logo após ver "Loucas para Casar", novo lançamento do cinema nacional, e eu confesso que fiquei constrangido na sala. Roteiro beirando o pífio, com humor de baixo nível, piadas piores que as do "Zorra Total" em sua época mais baixa.

Fiquei com pena da Tatá Werneck e da Ingrid Guimarães, que são talentosas e mereciam coisa melhor. E não é a primeira sensação que tenho ao ver uma comédia nacional. Na verdade, são inúmeros: "Crô" (esse eu sai no meio da sessão. E raramente faço isso), "Minha Mãe é uma Peça" (Paulo Gustavo não faz humor, ele grita e copia piada do Twitter. E tem gente que acha grito engraçado), "O Diário de Tati" (talvez a pior comédia nacional na história, se é que dá pra chamar de comédia), dentre outros.

Enfim, o que quero dizer que é que os nossos produtores fazem produtos forçados, com grandes nomes do cinema, roteiro de gosto duvidoso, direção bem fraca e forçada, e entregam para o público.

E o alvo é justamente o jovem, que parece não ser muito exigente. Este público quer ver comediantes da moda, que gosta na televisão e no teatro, fazendo graça, ou tentando fazer, para dar um pouco de risadas. E eles acabam rindo de qualquer coisa, tanto que "Minha Mãe é Uma Peça" foi a maior bilheteria de 2013.

Aliás, comédia popularesca brasileira tem sido bilheteria certa. E não é pouco, é bem alta. Que o diga o outro fraco "Os Caras de Pau", que está no cinemas e já está beirando 1 milhão de espectadores, mesmo sendo, provavelmente, uma das piores comédias feitas.

Bom, o que quero dizer é isso: os produtores de cinema no Brasil ligaram o automático, apelam para piadas de mau gosto e escatológicas, e entregam para as pessoas. E muita gente engole, morde, assopra e acha bom. Não é bem assim.

Infelizmente, as comédias brasileiras são um tremenda piada de mau gosto.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, além da coluna “Antenado”, assinada todos os sábados, é responsável pelo “Documento NT” e outras reportagens. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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