Colunas

Após começo promissor, "Alto Astral" desempolga e anda em círculos


altoastral-nathaliadill-sergioguize.jpg
Divulgação/TV Globo

Há quase dois meses no ar, “Alto Astral” prometeu resgatar tudo aquilo que tinha se perdido nas últimas novelas das 19h: rivalidade entre irmãos, personagens bem definidos, vilão sem pudor, grande pitada de humor e uma deliciosa história de amor.

A princípio, a novela caiu no gosto do público, despertando a curiosidade daqueles que estiveram órfãos de uma boa trama às 19h. No entanto, apesar de ter bons elementos de um folhetim tradicional, “Alto Astral” acabou pecando na condução das histórias e demonstra sinais de queda.

As maldades do vilão Marcos (Thiago Lacerda) e Samantha (Cláudia Raia) ficaram repetitivas e parece não sair do lugar. A história se arrasta e tornou-se simplesmente... chata.

O autor Daniel Ortiz tenta criar situações inusitadas, mas novamente se perde na tentativa em fazer algo diferente e engraçado, como quando o espírito de Castilho (Marcelo Médici) aparece para Caíque (Sérgio Guizé), tentando fazer com que ele aceite o pacto que fizeram em outra vida. Após dois meses de história, só agora Caíque aceita dar prosseguimento a esse tal pacto. Muitas cenas extremamente desnecessárias.

Enquanto a história central não avança, as paralelas é que surgem como ponto mais interessante dentro de “Alto Astral”, como a de César (Alejandro Claveaux) e Itália (Sabrina Petraglia). Um garanhão movido a rabo de saia deixou essa vida quando finalmente percebeu estar apaixonado por Itália. A forma como tudo está se desenvolvendo é bastante interessante, mas é inevitável dizer que a trama como um todo ficou comprometida. O entrave na espinha dorsal engessa todo o resto.

A família de Itália, composta por Manuel (Leopoldo Pacheco), Tina (Elizabeth Savalla) Bélgica (Giovana Lancellotti) e Israel (Kayky Brito), também se destaca em meio à trama arrastada que “Alto Astral” vem se tornando. Toda novela que se preze tem que ter um núcleo cômico competente e disso não há do que reclamar.

Na busca pela mãe, a história de Laura (Nathalia Dill) tinha tudo para ser promissora. A forma como tudo se desenhou é bastante ilógico. Com a opção dentre quatro mulheres para saber quem é sua mãe, um teste de DNA bastaria, mas ela escolheu um outro caminho ao dizer para Marcos que é contra esse tipo de teste e quer descobrir a razão de ter sido abandonada. Uma história que poderia “terminar” relativamente rápido, vai se alongar por alguns meses por conta disso. Ela poderia fazer o DNA e depois tentar desenvolver alguma relação com a mãe e conflitar com ela. Mas, pelo menos por ora, não é isso que vai acontecer.

O telespectador também já desligou a televisão. Se no começo “Alto Astral” rondava os 25 pontos, agora já tem dificuldades para passar dos 20. Estamos em época de festas, mas “Boogie Oogie” e “Império” continuam dentro da sua normalidade num contexto geral.

Um feliz 2015

Este é o último artigo do ano. Posso desejar a todos os leitores do “Enfoque NT” um 2015 repleto de saúde, felicidades, realizações e dinheiro no bolso. Um ano novo é apenas uma nomenclatura diferente. Se você não mudar, os seus anos continuarão os mesmos. Esta nomenclatura diferente nos dá a possibilidade, na verdade, de se refletir e tentar melhorar. Apenas isso.

Agradeço a todos que acompanham o site, me acompanham por aqui, e faço votos que você continue acessando o NaTelinha e esta coluna no próximo ano. E tenho certeza, 2015 será O ANO.

Este que vos escreve tirará merecidas férias, prometendo retornar com novos textos a partir da segunda quinzena de janeiro. Portanto, feliz 2015!
 

Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há nove anos e assina a coluna Enfoque NT há três, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter e Instagram: @tforatto

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado