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O que será de "CQC" e "Pânico" após as mudanças anunciadas para 2015?

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Divulgação

A TV Bandeirantes anunciou no mês passado profundas reformulações em seus humorísticos "Pânico" e "CQC".

Com audiências consideradas insatisfatórias pela emissora, as atrações passaram de vedetes a alvos de cortes em pouco mais de um ano.

Bem verdade que a derrocada do "Pânico" em audiência não é um fato recente, tampouco exclusivo da temporada do programa no canal do Morumbi.

Desde a saída de Carlinhos e Vinícius, a trupe liderada por Emílio Surita parece ter perdido a mão. Talvez por julgar-se autosuficiente, não procurou renovar o quadro com humoristas talentosos, demorou a repor as perdas, ocorridas quando ainda vivia seu auge, e apostou em “mais do mesmo”.

Um “mesmo” que não é tão mesmo assim. O "Pânico" ficou mais agressivo, voltou ao que era nos seus primórdios na RedeTV! e o público, evidentemente, rejeitou a mudança.

Desde então, vive de sucessos esporádicos. Com brincadeiras grosseiras e falta de bom senso, aliada a uma falta de novidades, perdeu boa parte de seu público e precisava de uma renovação.

O problema foi por onde a renovação se deu: Wellington Muniz, o Ceará, era um dos principais humoristas da casa, embora andasse escondido nos últimos tempos. O comediante foi intérprete de verdadeiros ícones da atração como as sátiras de Silvio Santos e Dercy Gonçalves, além de Marília Gabriela e tantos outros personagens que marcaram época no humorístico.

Ceará navegará por outras águas em 2015, provocando o que seria, ao meu ver, a maior perda do programa. E isso porque considero Carlinhos e Vinícius intérpretes de um só personagem, ao contrário de Wellington.

No embalo da reformulação pela qual passa o “Pânico”, outro humorístico da casa resolveu se renovar. O “CQC” perderá metade de sua atual composição para a próxima temporada, tendo entre as perdas mais sentidas, Marcelo Tas, eixo do programa atual, e Oscar Filho, que assina um dos quadros mais polêmicos - e úteis - do formato, o “Proteste Já”.

Com a contratação confirmada de Dan Stulbach, e as voltas de Rafael Cortez e Rafinha Bastos, ambos com passagens fracassadas por outros programas e emissoras, o programa terá o desafio de se reinventar sem perder o público cativo.

Nesse caso, considero pouco provável que os três novos integrantes consigam substituir Tas em seu papel na bancada. A mescla de humor, seriedade e credibilidade de quem tem no currículo programas de peso como “Castelo Rá-Tim-Bum” e “Telecurso” fez, até então, a diferença na atração.

A saída de Dani Calabresa traz à tona uma questão essencial: afinal, ela entrou para quê? Desnecessária sua participação no programa, mesmo porquê, não se encaixou na bancada.

Em ambos os casos, a Band aposta no novo, deseja navegar novas águas e descobrir novos mundos, entretanto, as chances de sucesso são distintas. Enquanto “CQC” poderá iniciar um projeto novamente, portanto, moldar-se aos novos integrantes, o “Pânico” passa por uma fase de “trocar o pneu com o carro em movimento”, o que é sempre perigoso e quase nunca obtém resultados satisfatórios.

Só é necessário combinar com o público dos humorísticos, pois as mudanças serão profundas demais para passarem desapercebidas.
 

Helder Vendramini estreia no NaTelinha com uma coluna semanal. Apaixonado por televisão, pesquisa e estuda esse meio há vários anos e está se formando no curso de Rádio e TV. Aqui no site, buscará fazer análise aprofundadas dos mais variados temas que envolvem a nossa telinha.

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