Como o "Jogo Aberto" se tornou o pior programa esportivo da TV
Antenado

Publicado em 15/11/2014 às 11:02
De novo, esta nobre coluna vai ter que falar de programas esportivos na TV brasileira.
Me recordo que o "Jogo Aberto" começou em 2007 na Band. Na época, ele era agradável, e apesar de eu nunca ter gostado do estilo de apresentar da ex-Miss Brasil 1999, o programa era divertido de se ver. Sabiam mesclar bem o humor e a informação. Era um formato redondo. Tanto que emplacou na audiência, resolveu o problema da Band no horário do almoço (que ia mal desde a polêmica saída de Jorge Kajuru), e está indo para o seu oitavo ano.
Porém, desde 2012 para cá, tenho percebido uma queda absoluta em sua qualidade, acentuada neste ano. A atração, principalmente em seu debate, virou um vale-tudo desenfreado e desrespeitoso. Que me perdoem os responsáveis pelo programa, mas toda semana há gritaria, barracos, e um debate marcado pelo baixo nível, sem qualquer análise sobre os acontecimentos do futebol e dos outros esportes.
Além disso, parece que virou premissa básica fazer Renata Fan chorar toda vez que o time dela, o Internacional, se dá mal no Campeonato Brasileiro. Primeiro, eu não consigo ver graça em fazer uma mulher chorar, porque isso é de uma falta de cavalheirismo e de sensibilidade incrível. E segundo, Renata Fan, pelo menos em seu programa, precisa e necessita se controlar.
Entendo que seu clube é sua grande paixão, mas a premissa de uma jornalista é ser imparcial. E me parece que, chorando no ar pelo seu time, ela acaba não passando o mínimo de credibilidade para comentar nem sobre seu clube, nem sobre qualquer um que dispute o futebol brasileiro.
Não me incomodo que jornalistas assumam o time que torçam, não. Mas isso não pode cegá-lo e fazê-lo chorar e perder o controle em rede nacional toda semana. Há vários exemplos de jornalistas que assumem o seu time publicamente, e são excelentes comentaristas.
Renata Fan precisa, urgentemente, aprender com eles.