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Disputa entre canais esportivos traz mais opções ao telespectador

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Continua a dança das cadeiras na TV paga brasileira. Desde o surgimento do Fox Sports, o setor passou por uma reviravolta naquele que era o ramo mais acomodado de sua grade: as transmissões esportivas.

Dominado por ESPN e SporTV, o mercado esportivo brasileiro tinha os inexpressivos Woohoo!!, de esportes radicais, BandSports, com apenas a Fórmula Indy como atração de destaque, e o famigerado Speed Channel, canal de automobilismo do grupo Fox, que, por tratar-se de um esporte pouco difundido no Brasil, definhava.

Eis que a Fox, detentora dos principais torneios de futebol para a América Latina, resolveu se mexer e, impulsionada pela nova lei da TV paga, lançou o Fox Sports no país.

Com entrada dificultada nas grandes operadoras, lançou mão da exclusividade sobre os principais torneios de futebol da América do Sul e conseguiu quebrar a barreira que o separava do grande público.

Após a entrada do Fox Sports (depois também do Fox Sports 2), o mercado passou a ficar agressivo. Em uma estratégia inicial, o canal do magnata Rupert Murdoch adquiriu os direitos dos campeonatos Argentino e Italiano de forma exclusiva, e o Inglês em parceria com a ESPN.

Um ano depois, veio a negociação com o SporTV e os direitos da Copa do Brasil, de reprises do Brasileiro, Copas do Mundo e Olimpíadas. Pouco mais tarde, o Fox Sports tirou da ESPN a exclusividade do Campeonato Alemão, deixando o canal do grupo Disney apenas com a Liga dos Campeões da Europa e as ligas Espanhola e Francesa como grandes atrações.

Mas o auge da disputa ainda estava por vir. A Liga dos Campeões da Europa, principal torneio de clubes do mundo e onde jogam as maiores estrelas do futebol entrou em disputa. Temendo perder o evento para o Fox Sports, a ESPN tentou uma iniciativa ousada. Uniu-se ao SporTV e, juntos, ofereceram a singela quantia de 100 milhões de dólares por três anos de direitos do torneio, certos de que a Fox não cobriria a oferta.

Não cobriu. Aliás, a Fox sequer participou da concorrência pelos direitos da Liga. Mas, se o Fox Sports não terá os direitos das próximas três temporadas do torneio, também ESPN e SporTV não o terão.

De última hora, o novo patinho feio das TVs pagas, que também figura entre os canais da TV aberta, o Esporte Interativo, ofereceu cerca de 130 milhões de dólares e levou os direitos, com aporte financeiro da Turner, que detém parte de suas ações.

Novas batalhas estão previstas daqui pra frente. Certamente a Turner inspirou-se nas ações do grupo Fox para colocar a TV Esporte Interativo nas principais operadoras de TV do Brasil. E deverá conseguir.

Também ESPN e SporTV não ficarão parados e devem buscar torneios para alimentar os seis canais que possuem juntas. Por sua vez, o Fox Sports aparenta iniciar uma política de corte de gastos, podendo dividir os torneios que possui com outras operadoras, em troca de uma divisão de lucros ou em permuta como a feita com o SporTV.

O fato é que a disputa, outrora focada em duas grandes redes, está pulverizada e quem ganha com isso é o telespectador, que possui mais opções de canais e, tomara, um conteúdo mais diversificado.

E que venha a próxima disputa!


Helder Vendramini estreia no NaTelinha com uma coluna semanal. Apaixonado por televisão, pesquisa e estuda esse meio há vários anos e está se formando no curso de Rádio e TV. Aqui no site, buscará fazer análise aprofundadas dos mais variados temas que envolvem a nossa telinha.

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