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Patrícia Poeta foi boa coadjuvante no "Jornal Nacional"

Território da TV


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Divulgação/TV Globo

Estar na principal bancada do país requer que se esteja sempre no olho do furacão, certo? Nem sempre.

É o caso da passagem relâmpago de Patrícia Poeta pelo "Jornal Nacional". Após três anos no posto, quase cinco vezes menos que sua antecessora Fátima Bernardes, ela sai sem muito brilho.

Na troca realizada há três anos, ela mal fez pilotos. O anúncio foi numa quinta, ela foi apresentada na segunda-feira e já estava como titular na terça. Isso sem jamais haver ancorado o "JN" antes, nem mesmo nos rodízios.

Obviamente, o tom certo demorou alguns meses para vir. Poeta não esboçou nervosismo, mas adotou um tom professoral irritante e que só o tempo naturalizou.

Dentre suas grandes coberturas, a primeira in loco pelo "JN" foi a do desabamento de três prédios no Centro do Rio de Janeiro, que chegou a ser indicada ao Emmy. Sozinha, Patrícia cobriu ainda a Rio +20 e a Jornada Mundial da Juventude.

Mas sucumbiu quando colocada ao lado de "especialistas". Na cobertura do conclave que elegeu o papa Francisco, Ilze Scamparini roubou a cena nas entradas ao vivo de Roma.

Na Copa do Mundo, Galvão Bueno co-apresentou o acompanhamento da Seleção Brasileira na Granja Comary e nas sedes dos jogos. Patrícia muitas vezes parecia alheia ao mundo do futebol, apesar de ser assumidamente torcedora do Internacional. Tanto foi fraca que o natural posto de musa do Mundial caiu nas mãos de Fernanda Gentil.

Seu grande momento acabou sendo uma das poucas gafes que cometeu, quando acidentalmente um exercício fonoaudiológico vazou no ar ao vivo em um retorno de break.

O grande trunfo de Patrícia nessa passagem provavelmente foi em 20 de junho de 2013, quando a onda de manifestações atingiu seu auge.

Ela entrou no ar antes das 18h com mais um boletim, porém os fatos que se sucederam nas principais capitais foram ampliando aquele Plantão e derrubando a grade. Patrícia segurou bem a confusão de imagens e links conseguindo chamar atenção sem descambar para o sensacionalismo. E sozinha até às 20h, quando William Bonner chegou para informar que o boletim havia se tornado o próprio "JN" do dia.

Também na bancada e ao lado de Bonner, ela repetiu o padrão sem destaque nas entrevistas com os presidenciáveis. Fez boas perguntas, mas deixou os embates para seu companheiro.

Além dos cinco candidatos, o único outro convidado do "JN" na era Poeta foi o técnico Felipão no dia da convocação da Seleção.

Outro destaque da passagem fica em ter ancorado a primeira (e até hoje única) edição totalmente feminina, ao lado de Sandra Annenberg.

Até sua despedida, talvez ela ainda receba o próximo presidente do Brasil. Mas já estará com novos planos no dia da posse, o primeiro de 2015. Talvez planos que façam jus ao destaque que teve no "Fantástico", ao qual foi promovida substituindo Glória Maria após anos de experiência em Nova York.

No "show da vida", já era evidente seu talento mais emocional que factual, seja em quadros ou entrevistas, como a realizada com Ana Carolina Oliveira, mãe da menina Isabella Nardoni.

Enfim, Poeta passa longe de ser comparável aos feitos de Fátima, mas merece receber homenagens em seu dia de despedida.

A soma dela com o telejornal deixou resultados, mesmo que não tão marcantes.
 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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