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A expectativa acerca do beijo gay de "Em Família" e sua frustração

Enfoque NT


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Divulgação/TV Globo

Quem acompanha “Em Família”, sabe que desde que houve uma faísca entre Marina (Tainá Müller) e Clara (Giovanna Antonelli), a rejeição foi praticamente instantânea. O público não aceitava (e ainda não aceita) a ideia de uma família ser “destruída” em função do interesse de uma mulher por outra, sobretudo com um filho ainda para criar.

A verdade é que na sinopse do folhetim isso já constava. E a expectativa de um possível beijo gay, também. A ideia de toda a maneira é válida, mas a forma como Manoel Carlos conduziu toda a história fez o tiro sair pela culatra e ter a reprovação dos telespectadores. Afinal, é até bastante natural que isso tenha acontecido diante de toda a circunstância apresentada.

Apesar de grande parte do público não enxergar essa história com bons olhos, Maneco seguiu adiante com o que estava previsto. O que não é tão comum, visto que o autor já mudou rumos de seus personagens em outras tramas de acordo com a resposta dos telespectadores.

O que se viu na cena entre Marina e Clara ontem (30), não foi nada demais. Os selinhos que Hebe Camargo aplicava em seus convidados eram mais convincentes e emocionantes. Uma cena daquela, com pedido de casamento, ter apenas um toque de lábios daqueles é frustrante, mesmo para os que não são coniventes com a relação das duas. Tudo isso porque elas já têm uma história para contar, carícias trocadas e juras de amor feitas. O momento pedia mais. Faltou sensibilidade.

Para quem não se lembra, ou não viu, vale resgatar o beijo gay da novela “Amor e Revolução”, de Tiago Santiago que foi ao ar pelo SBT em 2011. Não há comparação.



Não estou me posicionando a favor ou contra o beijo. Mas pela expectativa e barulho feito quando a notícia dele veio à tona, e por tudo aquilo que as personagens já construíram dentro da novela, a tal bitoca foi ínfima.

Haverá um segundo beijo no capítulo do dia 9 de julho, com “dois segundos a mais”, segundo o autor. Uau! Que arrebatador...

“Em Família”, apesar de ter bons diálogos está caindo na repetição e colocando personagens em situações grotescas, além de até surreais, como o fato de Alice (Erika Januza) ter entrado na polícia sem a menor dificuldade e num espaço tão curto de tempo já ter experiência em operações de risco. É a banalização da profissão no formato de ficção.
 

Contatos do colunista: thiagoforato@natelinha.com.br - Twitter: @Forato_

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