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Patrícia Poeta é o destaque da primeira semana da Globo na cola da Seleção

Confira análise da coluna "Território da TV"


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Divulgação/TV Globo

Uma das mais ingratas missões da vida é a sucessão de alguém exitoso. As comparações se tornam inevitáveis. Até hoje, todo camisa 10 da Seleção Brasileira leva a responsabilidade de repetir a genialidade de Pelé. No "Jornal Nacional", Patrícia Poeta se vê obrigada a seguir a dinastia, digamos, do microfone 10.

Dinastia que ficou evidente, assim como a lendária camisa, somente por um título mundial. Se 1958 mudou o rumo do nosso futebol, 2002 mudou o rumo de como o "JN" o acompanha.

Segundo consta, a ideia era que Fátima Bernardes ancorasse o noticiário dentre a Coreia do Sul e o Japão na época do Mundial, direto das redações montadas pela Globo nos países. Mas a frieza dos primeiros dias não combinou com o clima de Copa do Mundo e a apresentadora foi para rua (no melhor dos sentidos). A partir dali, Fátima passou a acompanhar a Seleção de onde ela estivesse, seja em centros de treinamento, hotéis ou estádios.

O esforço acabou reconhecido depois pelos pentacampeões. Encarando o fuso-horário e o clima contrários, Fátima seguiu a cobertura com brilhantismo e pode levantar a Taça do Mundo no ônibus da equipe logo após a conquista. De acordo com a Fifa, a honraria é reservada somente aos campeões e chefes de estados.

Pois bem: depois da sorte de 2002, Fátima repetiu a dose em 2006 e 2010, quando ficou mais afastada por causa das restrições impostas pelo técnico Dunga. Mas sua sorte não foi repetida. Tanto na Alemanha quanto na África do Sul, o Brasil caiu nas quartas-de-final.

Agora a responsabilidade recai sobre Patrícia Poeta, o alvo principal desta coluna. Poeta assumiu o "Jornal Nacional" em dezembro de 2011 e desde então já saiu da bancada por causa do desabamento de prédios no Rio de Janeiro, cobertura indicada ao Emmy, e no conclave que elegeu o papa Francisco, além da visita do próprio pontífice ao Brasil.

Para a Copa das Confederações, a Globo optou inicialmente em deslocar William Bonner, que acabou retornando para bancada no auge das manifestações de rua, deixando Galvão Bueno sozinho para trazer as notícias da Seleção. Deu certo. William esteve presente como editor-chefe e apresentador no 20 de junho em que os protestos atingiram seu pico e o narrador acompanhou o título brasileiro. E foi bem avaliado, já que agora divide praticamente meio a meio as falas das notícias da Copa com Patrícia.

Patrícia que começou na segunda-feira passada (2) em Goiânia, seguindo para Teresópolis, São Paulo e retornando para bancada no Rio de Janeiro no sábado (7). Uma maratona que deve seguir até 12 de julho, véspera da grande final do Mundial.

Mas que já ficou marcada logo em seu primeiro dia. Em Goiânia, era visível o delay de Poeta e Galvão. Por alguns segundos, cara de paisagem completa da dupla até também conferirem a deixa para novas chamadas.

E no retorno de um dos breaks, a cara de paisagem da apresentadora virou uma careta. Uma bufada. Seria o frio? Galvão é mesmo tão irritante assim?

A resposta veio somente na quarta-feira, já que, como explicou Bonner, o noticiário da terça foi tomado pelo amistoso da nossa equipe contra o Panamá.

Explicação que veio logo na abertura do telejornal. No primeiro chamado para a dupla que dessa vez estava em Teresópolis, William fez diversos elogios para sua habitual companheira de bancada e destacou que ela ainda tinha sorte.

Qual a sorte? O próprio explicou de imediato: “De todos aqueles exercícios bem esquisitos de fonoaudiologia, foi flagrada no menos esquisito deles”. A apresentadora concordou ao dizer que realmente há uns piores.

Foi a deixa para uma conversa longa para o padrão do "JN", mas que deixou gostinho de quero mais no público. Poeta revelou alguns desses outros exercícios, Galvão entregou que ela os repetia 5 minutos antes de entrar no ar e Bonner revelou sua precaução em fazer os exercícios ordenados pela fonoaudióloga do canal somente em seu carro ou trancado.

O apresentador até relembrou que também teve “direito” a sua gafe na Copa das Confederações, quando empurrou um produtor que acertava os microfones enquanto ele e Galvão já estavam no ar.

Na passagem definitiva entre o Rio e Teresópolis, até a saudação foi diferente. “Trrrrr para você, William Bonner” foi a fala de Patrícia ao ver o apresentador “entrar na moda” e fazer a vibração da língua. “Trrrr” é a forma mais aproximada de transcrição que encontramos para o ruído emitido.

Fernanda Gentil

A repórter e apresentadora pode passar dicas para os companheiros de jornalismo sobre gafes em Copas. Ela ficou famosa em 2010, quando ainda no SporTV, estendeu a mão para cumprimentar um deficiente visual ao vivo.

Em 2013, não foi necessariamente uma gafe, mas um momento também inusitado que a destacou. Convidada por Fátima Bernardes, que havia observado pelo sistema interno sua empolgação com a apresentação de Chitãzinho e Xororó, foi convidada a cantar o refrão de Evidências como terceira voz da dupla. Um atraso novamente justificável pelo delay.

Neste último domingo (08), mais cantoria e uma overdose de Fernanda na Globo. A jornalista emendou a cobertura ao vivo no "Esporte Espetacular", onde ficou ao lado da concentração de torcedores na reapresentação da Seleção. Na sequência, foi exibida a sua participação no "Esquenta", onde esteve ao lado de Eric Faria, Mauro Naves, Júnior, Abel Neto e Pedro Bassan.

Para fechar a saga, novamente um programa do entretenimento. Considerada expoente da nova geração do jornalismo esportivo ao lado de Tiago Leifert, Fernanda fez depoimento no "Arquivo Confidencial" de...

Tino Marcos

O principal repórter do esporte global recebeu uma merecida homenagem no palco do "Domingão do Faustão". E não foram só os colegas que o reverenciaram. Além dos tradicionais depoimentos de familiares na medida para gerarem lágrimas, Tino ganhou a homenagem de parte do elenco da Seleção.

Dentre os que deixaram seu recado para CBF TV, que depois repassou as imagens para Globo, estão Neymar, David Luiz e Thiago Silva.

No palco, o jornalista destacou uma cobertura que agora completa 20 anos e outra mais recente. A primeira trata-se da incursão dentro de campo logo após a final do Mundial de 1994, quando ele estava na beira do gramado com uma credencial de assistente técnico. Após o pênalti perdido por Baggio, o microfone foi montado em velocidade recorde ele conseguiu ouvir ao vivo alguns dos tetracampeões.

A cobertura mais recente é a série dos perfis dos atletas, exibida pelo "Jornal Nacional". Tino agradeceu a confiança das famílias dos jogadores e revelou que houve um planejamento de quase um ano para completar as gravações.

O jornalista agora vai para seu sétimo Mundial, enquanto Patrícia e Fernanda estarão cobrindo o evento somente pela segunda vez. E é nesse ritmo, assim como nossa Seleção, misturando craques veteranos e novatos que podem surpreender que a Globo vai moldando aquela que pode ser a maior cobertura da sua história. Entre deslizes e acertos, a Copa do Mundo já começou. Pelo menos por lá.

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

 

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