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Antenado: Você confia no Ibope?


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Divulgação

Essa pergunta já me foi feita bastante, mas bastante mesmo, neste anos que escrevo sobre televisão, não só por leitores mas por profissionais que trabalham no meio televisivo, como produtores, diretores e até apresentadores de alto escalão.

A impressão que sinto, e não é de hoje, é que há uma desconfiança, não só de quem gosta mas também de quem faz televisão. O problema, no que eu ouço de relatos, é o seguinte: o método de medição, hoje, é bastante falho. O sistema peoplemeter, de medição em tempo real, sai do ar em vários momentos, os números sem correção são muito diferentes dos corrigidos e dos consolidados, que são divulgados um dia depois.

Na internet, nos últimos dias, tem sido questionado bastante a audiência da novela "Em Família". Na prévia, na quarta retrasada (26 de março), a trama marcou 24 pontos, enquanto no consolidado subiu incríveis 3 pontos, o que deu margem para questionamentos e acusações de manipulação à favor da Rede Globo.

Quem sempre questionou muito os métodos de medição foi o SBT. Silvio Santos, há alguns anos, bancou a criação do Datanexus, para tentar provar que os dados são diferentes dos apontados pelo instituto. Porém, a estratégia saiu pela culatra, já que os índices foram praticamente iguais, fazendo Silvio fechar a empresa.

Volta e meia, o diretor de programação da emissora, Murilo Fraga, reclama no Twitter sobre os números, criando até um bordão: "My name is Bozo!". Acho as reclamações de Murilo exageradas, pois creio que ele acha que faz a melhor programação da TV brasileira, o que não é o caso. Mas isso é outro assunto. Onde quero chegar é: não sou apenas eu, mas todos que acompanham televisão acham os métodos de medição antiquados e antigos.

E é por isso que a chegada do instituto alemão GFK, que promete modernizar a medição, foi tão bem aceita pelas emissoras de televisão. O jeito de ver TV mudou. As pessoas não deixaram de assistir novela, programa de auditório, jornal, mas mudaram o jeito de ver. Gravam, assistem no YouTube, assistem nos portais oficiais das emissoras. E isso precisa ser levado em conta hoje em dia. Medir audiência baseada apenas na Grande São Paulo não dá mais, no meu ver.

Uma pena que a Globo não tenha assinado com o GFK, creio que a concorrência faz bem. E ao não assinar com o instituto alemão, a emissora carioca mostrou que confia muito no Ibope.

E você, acredita no Ibope? Acha que existe algum tipo de manipulação ou alteração nos números, favorecendo esse ou aquele programa ou emissora? Deixe seu comentário! Minha intenção é abrir um debate.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. Além do “Antenado”, é responsável pelo “Documento NaTelinha”. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer
 

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