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Antenado: "Amor à Vida" tem grande estreia e se mostra promissora


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Divulgação/TV Globo

Confesso que estava meio ansioso e receoso com a estreia de “Amor à Vida”, nova novela de Walcyr Carrasco e a sua primeira trama no horário mais nobre da Globo.

É inegável que Walcyr mereceu estar às 21h, afinal, dono de sucessos na faixa das 18h, 19h e até na novata faixa das 23h, era de se esperar a chance no principal horário da TV aberta. Porém, o meu receio era em relação ao que o autor apresentaria, principalmente olhando para trás: na minha opinião, ele é o mais repetitivo roteirista da televisão brasileira.

Walcyr Carrasco, que escreveu as sensacionais “Xica da Silva”, “Fascinação” e “Alma Gêmea”, nem parecia o mesmo da bomba atômica que foi “Morde e Assopra” e da irregular “Gabriela”.

Porém, o que se viu nas duas últimas noites foi um bom texto e uma história ágil. A ideia da trama é bastante interessante e tem um “quê” de novela mexicana, que confesso que gostei muito.

Outro elogio é para a direção de Mauro Mendonça Filho e Wolf Maya que, pelos menos nestes dois primeiros capítulos, deram show e foram praticamente perfeitos. Mesmo com algumas frases toscas como na cena em que Bruno (Malvino Salvador) encontra a filha de Paloma (Paolla Oliveira) e me manda: “Deus me deu uma nova chance!”. Mas isso não mancha o roteiro como um todo, que por enquanto, está correto e coeso.

No elenco, nestes primeiros dias, Susana Vieira tem mostrado porque é uma das grandes atrizes deste país. Outros destaques são Paolla Oliveira, Elizabeth Savalla e Juliano Cazarré. E, claro, o maior nome até aqui é Mateus Solano e o seu Félix.

O personagem, que está sendo chamado na internet de “Carminha de calças”, tem destacado ainda mais o talentoso ator, que não é de hoje que sempre vai bem. Porém, Félix deve ser (e falo isso sem medo de errar), o papel em que Mateus deve ser lembrado por toda a sua carreira.

Um destaque negativo em relação à atuação foi Malvino Salvador. Em cenas mais dramáticas, o ator tem demonstrado que não tem “bala na agulha” para segurar a onda e passar emoção. Chegou a ser risível suas tentativas de chorar até agora. Porém, por hora, é apenas uma pequena observação.

A trama é muito bem construída, e já se tem uma certa repercussão nas ruas. Eu mesmo só ouvi elogios por enquanto. E Walcyr tem essa qualidade: ele sabe fazer folhetins que caiam no gosto popular.

Sobre o futuro, eu confesso que estou ansioso para ver como será tratada a relação homossexual entre Eron (Marcello Antony) e Niko (Thiago Fragoso), além de, claro, Valdirene, interpretada por Tatá Werneck. Pelo visto, neste começo a periguete deve ser o alívio cômico no meio de um trama densa e dramática – da melhor qualidade.

“Amor à Vida” é bem promissora, tem um elenco de primeira e um grande autor em suas mãos. Os primeiros capítulos foram gostosos de assistir. Que assim seja nos próximos meses.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. Além do “Antenado”, é responsável pelo “Documento NaTelinha”. Converse com ele. Twitter: @bielvaquer
 

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