Após um começo conturbado, sobre a qual escrevi anteriormente, desde que iniciou a nova fase de Vale Tudo, a autora Manuela Dias vem mostrando uma trama atraente, que desperta vontade de assistir todos os dias. Em primeiro lugar, o público deve desapegar e evitar comparações com a obra criada pelo grande mestre da dramaturgia Gilberto Braga, exibida em 1988, tida como a melhor novela de todos os tempos.
A nova versão do sucesso dos anos 80, escrita por Manuela Dias e com direção artística de Paulo Silvestrini, tem um elenco muito bem escolhido. Não se pode deixar de ser justo e técnico com esse time, que nessa fase incorpora os personagens com esmero. As atualizações e ajustes nos perfis estão coesos com a inovação da história e com essa nova época.
Debora Bloch pegou o tom da Odete e está entregando uma vilã sem papas na língua, politicamente incorreta, com mais intensidade em seus conflitos e segredos. Paolla Oliveira está totalizada na pele de Heleninha, mulher/menina que não cresceu, que quer chamar a atenção de todos e, como bem dito por sua mãe, quer manipular as pessoas; o alcoolismo se tornou seu aliado, por isso suas expressões e gestos são os de uma adolescente.
Ressalto que a cena exibida no sábado (19), entre Odete e Helena, foi bem escrita, bem dirigida e bem interpretada, uma cena longa, no entanto, gostosa de ver.
Tais Araújo entrega nessa etapa uma Raquel empoderada, bem-sucedida, mulher apaixonada que perdeu seu amor por um grande erro, e o público certamente torce para vê-la nos seus braços. Renato Góes como Ivan vive o melodrama de um homem movido pelo impulso da paixão e amarga suas consequências.
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O romance de Solange (Alice Wegmann)e Renato (João Vicente de Castro), que causou estranheza no começo, é um relacionamento moderno como muitos gostariam de ter. O casal “shippou”, quero ver como a autora vai resolver isso. No final, ela ficará com Afonso (Humberto Carrão) ou Renato?
As tramas de Consuelo (Belize Pombal) são um ponto interessante na novela. Quantas mulheres têm o casamento esfriado pela rotina? De Vasco (Thiago Martins) e Lucimar (Ingrid Gaigher)?
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O vilão Marco Aurélio (Alexandre Nero) começou a mostrar suas garras de vilania e ganância — vale tudo por dinheiro — e achou a cúmplice ideal: a esposa Leila (Carolina Dieckmann). Bella Campos está afinada como Maria de Fátima, e não posso deixar de falar da interpretação de Malu Galli como Celina. A grande atriz mostra, na expressão, as dores da alma da personagem.
A autora amarrou as tramas e a novela está fluindo bem, com enredos interessantes e as tramas paralelas bem construídas e desenvolvidas, ainda assim mantendo o DNA da obra original.
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Vamos aguardar os próximos capítulos. No momento, vale a pena assistir Vale Tudo.
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