Novelas

Selma Egrei sobre decisão de autor em manter Santo vivo: "ato heroico"


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Fotos: TV Globo/Caiuá Franco
Novela que chega ao fim na noite desta sexta-feira (30) na Globo, "Velho Chico" teve entre seus personagens de grande destaque a centenária Encarnação, vivida por Selma Egrei.
 
Ela foi a única que passou por todas as fases da trama, carregando dores e saudades, morrendo nos capítulos da semana passada após pedir perdão por tudo o que fez à família rival.

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Selma Egrei faz um balanço de sua personagem, fala do sucesso de sua interpretação e comenta sobre a trágica morte do colega Domingos Montagner.
 
Confira na íntegra:
 
NaTelinha - Encarnação foi muito bem recebida pelo público e pelos críticos de TV em "Velho Chico". Você esperava tanto sucesso da personagem?
 
Selma Egrei -  Não. Quando o Luiz Fernando Carvalho me chamou e falou que o personagem era muito importante pra história eu não podia imaginar que fosse desencadear tamanha importância que acabou tendo.
 
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NaTelinha -  Quais foram suas inspirações para compor a Encarnação?
 
Selma Egrei - Inspiração em alguém específico não teve mesmo. Surgiu muito da preparação que a gente fez, em coisas que li. Na preparação corporal, vocal. Eu tinha lido muito Orhan Paluque, um autor turco. Ele tem um livro “A casa do silêncio” que tem uma matriarca que foi uma motivação muito grande. Tem as matronas do Garcia Lorca e vários personagens shakespearianos. Pra mim foi o que me alimentou. O resto é do dia a dia. Vamos fazendo um arquivo. Tenho um trabalho muito intuitivo, veio de um lado e de outro. Deixei acontecer e a personagem aflorar, nada muito técnico.
 
NaTelinha - A cena onde Encarnação quase foi morreu afogada surpreendeu o público pela realidade. Qual foi sua maior dificuldade?
 
Selma Egrei - Foi muito difícil. A dificuldade da realidade. Aquilo mesmo que foi pro ar. Muito sofrido.
 
 
NaTelinha - Durante as gravações em externas, você chegou a mergulhar no rio São Francisco em momentos de folga? Achava o rio perigoso?
 
Selma Egrei - Não tive essa oportunidade. Gravei muito na Bahia, onde não passa o rio. Mas é um rio que tem muita força. As barragens provocam uma força ainda maior. Acho um desastre ambiental. Assim como morrem muitas outras coisas por causa disso, como pessoas que acabam se acidentando. Tem o lado lindo, mágico e fascinante, mas o lado terrível por causa da ação do homem.  
 
NaTelinha - A morte do ator Domingos Montagner comoveu todo o país. Como você avalia a decisão do autor de manter o personagem vivo na novela?
 
Selma Egrei - Foi um ato heroico do autor, do diretor e do elenco. Ter que conviver com isso é muito difícil. Mudar a trama não faria sentido. É muito bom poder fazer essa homenagem a ele, mantê-lo presente como ele sempre esteve. Excelente. 
 
NaTelinha - Como era seu relacionamento com Domingos Montagner nos bastidores?
 
Selma Egrei - A convivência é o que o país inteiro sabe. Uma pessoa completa, mas alegre. Parece que já veio pronto. Não tem uma pessoa que fale o oposto. Um cara legal, um ator incrível. Quisera eu ter convivido muito mais. Nesse trabalho, em especial, queria muito ter podido contracenar com ele e não poder mais, dói. Não vê-lo no palco...não tive essa chance.
 
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