Novelas

"Escrava Mãe": Os apuros vividos pela mãe de Isaura

Especial do NaTelinha conta como será a nova novela da Record


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Juliana (Gabriela Moreyra) - Fotos: Divulgação/TV Record

A partir da próxima terça-feira (31), a Record aposta mais uma vez no clássico romance sobre a escrava Isaura, obra literária escrita por Bernardo Guimarães, como tema de um folhetim. No entanto, diferentemente da Globo em 1976 e da própria rede de Edir Macedo em 2004, agora o investimento será nas tramas que antecederam à clássica história da escrava de pele branca que era perseguida pelo obcecado senhor Leôncio.

Escrava Mãe”, escrita por Gustavo Reiz, estreará na nova faixa de novelas da Record, às 19h30, narrando a trajetória de vida de Juliana (Gabriela Moreyra), mãe de Isaura, e seu amor por Miguel (Pedro Carvalho). O folhetim, livremente inspirado no livro de Guimarães, irá apresentar aos telespectadores assuntos importantes sobre a construção do povo brasileiro e as mais verdadeiras relações que surgiram em momentos de turbulência em nosso país.

Ficha técnica

Escrita por Gustavo Reiz
Colaboração de Aline Garbati, Camilo Pellegrini, Jussara Fazolo, Mariana Vielmond e Valéria Motta
Direção geral de Ivan Zettel
Estreia: 31/05
Horário: 19h30 – nova faixa

Elenco

Gabriela Moreyra – Juliana
Pedro Carvalho – Miguel

Adriana Lessa – Catarina
Adriana Londoño – D. Irani
AntonioPetrin – Coronel Custódio
Bete Coelho – Beatrice
Cássio Scapin – Tozé
César Pezzuoli – Nestor
Débora Gomez – Violeta
Elina de Souza – Bá Teixeira
Fernando Pavão – Fernando Almeida
Henri Pagnoncelli – Dr. Pacheco
Ivan de Almeida – Velho Tião
Jayme Periard – Osório
Junno Andrade – Capitão Loreto
Jussara Freire – Urraca
Karen Marinho – Belezinha
Léo Rosa – Átila
Lidi Lisboa – Esméria
Luiz Guilherme – Quintiliano
Luiza Thomé – Rosalinda Pavão
Manuela Duarte – Dália
Marcello Escorel – Zé Leão
Marcelo Batista – Kamau
Mariza Marchetti – Rebeca
Milena Toscano – Filipa
Nayara Justino – Luena
Neuza Borges – Mãe Quitéria
Nill Marcondes – Tito Pardo
Raphael Montagner – Tomás
Roberta Gualda – Tereza
Robertha Portella – Petúnia
Roger Gobeth – Guilherme
Rogério Brito – Genésio
Saulo Meneghetti – Charles
Sidney Santiago – Sapião
Thais Fersoza – Maria Isabel
Zezé Motta – Tia Joaquina

A vinda de Angola

A trama de “Escrava Mãe” inicia-se em 1789 em Angola, na época em que o país africano era considerado o principal abastecedor de escravos para as plantações de cana-de-açúcar do Brasil. De lá, foram trazidos a bordo de um navio negreiro os africanos Kamau (Marcelo Batista) e Luena (Nayara Justino).

Ao desembarcarem no Brasil, os dois conseguem fugir e sonham em recomeçarem suas vidas em liberdade, mesmo assombrados pelo terror da escravidão, que dominava o país naquela época.

Filha de pele mais clara

Em meio à liberdade provisória conquistada, Luena se frustra durante o nascimento de sua filha, ao notar que a pele dela é mais clara que a sua. A criança é fruto de um estupro que ela sofreu durante a travessia pelo Atlântico.

A fuga de Luena despertou a ira dos mesmos homens que haviam invadido a tribo em que ela vivia na África. Comandados pelo vilão Osório (Jayme Periard), eles vão atrás das ‘mercadorias’ que haviam perdido ao chegar ao país. Luena não resiste ao parto, mas antes de morrer consegue entregar o bebê ao pequeno Sapião (Sidney Santiago), que consegue fugir do lugar.

Enquanto isso, Kamau é alcançado pela trupe de Osório e é aprisionado. Mesmo preso, ele promete um dia voltar para buscar aquela criança, já que ele a considerava como filha.

Refúgio

Após andar por muitos lugares, Sapião é acolhido numa fazenda açucareira, a Engenho do Sol, e a menina, batizada com o nome de Juliana, é criada ao lado de Teresa (Roberta Gualda) e Maria Isabel (Thais Fersoza), filhas do coronel Custódio (Antônio Petrin) e de D. Beatrice Avelar (Bete Coelho). Se a morte da mãe já representava uma mudança brusca na vida de Juliana, sua história passaria por mais reviravoltas e emoções com o passar do tempo.

A descoberta do passado

Quando a jovem completa 18 anos, Tia Joaquina (Zezé Motta), resolve contar toda a verdade a Juliana sobre seu passado. Ao descobrir que é fruto de uma violência praticada contra sua mãe, Juliana, que é grande amiga de sinhá Teresa, de quem sempre foi mucama, fica completamente perdida. Apavorada, jura a si mesma que jamais deixaria um homem branco sequer tocá-la. No entanto, será nesse momento que ela conhecerá o jovem português Miguel, um viajante em busca de trabalho na Vila de São Salvador.

A chegada de Miguel a Vila de São Salvador

No ano de 1808, a corte portuguesa se transferia para o Brasil. Nessa época, a Vila de São Salvador vivia um momento próspero, devido ao ótimo desempenho da produção de cana-de-açúcar no país. Além do aumento de poder dos senhores de engenho, os recursos gerados pela cana ampliaram o desenvolvimento da região, atraindo muitas pessoas em busca de melhores condições.

É nessa época que o jovem português Miguel resolveu vir para o Brasil. No entanto, engana-se quem pensa que ele buscava melhores condições. Sua chegada à vila foi por outro motivo. Ele estava atrás de respostas para um grande mistério que envolvia a morte de seus pais, que foram assassinados por causa de perseguições políticas, algumas delas provenientes de relações de seu pai com senhores de engenho da região. Assim, ele resolve ficar no lugar, para executar sua vingança contra os mandantes do crime.

Na cidade, mesmo sendo um jovem proveniente de família rica, Miguel aceita trabalhar no armazém do Seu Nestor (César Pezzuoli) e aluga um quarto nos fundos da venda. O rapaz é tratado praticamente como filho por Nestor e D. Irani (Adriana Londoño), por quem tem grande gratidão.

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Disputa entre sinhá e escrava

Em pouco tempo, Miguel tornou-se o grande amor da vida de Juliana. No entanto, o romance dos dois enfrenta obstáculos. A sinhá Maria Isabel, filha do coronel Custódio, também se apaixonou pelo jovem português. Isabel nunca se conformou com o tratamento diferenciado que a escrava Juliana recebia na fazenda e não suporta ser rejeitada por Miguel. Com o apoio da fiel mucama Esméria (Lidy Lisboa), a garota faz de tudo para prejudicar a rival, já que não aceita ser afrontada por uma escrava, e torna a vida de Juliana um verdadeiro inferno.


 

Casamento para salvar a família

A situação da família do coronel Custódio não é nada boa, já que eles contraíram uma enorme dívida. Para tentar se livrar da crise financeira, sinhá Teresa foi obrigada a se casar com o comendador Almeida (Fernando Pavão). Assim, o comendador torna-se o novo senhor da fazenda Engenho do Sol.

O arranjo reacendeu uma rivalidade histórica com a família do coronel Quintiliano Gomes (Luiz Guilherme), proprietário da fazenda Doces Campos. Tudo porque Guilherme (Roger Gobeth), filho de Quintiliano, correspondia-se às escondidas com Teresa, que também o amava, mesmo com a inimizade histórica de seus pais.

Obsessão do novo senhor de engenho

Com o casamento da sinhá com Almeida, a guerra entre as famílias mais poderosas da região se acirra, atrapalhando ainda mais a vida de Juliana, que passa a ter que conviver com a obsessão desenfreada do comendador Almeida por ela. Para piorar, Almeida se alia a Isabel e passa a perseguir ainda mais Juliana.

Mesmo com todos esses empecilhos, a escrava e Miguel viverão juntos uma intensa história de amor, combatendo inimigos poderosos e até obstáculos daquela época, como o preconceito. Perdidamente apaixonado por ela, o português enfrenta grandes momentos de embate com o Comendador Almeida e torna-se o grande protetor de Juliana, com quem terá uma filha.

A polêmica taverna da Vila

Um dos pontos mais badalados da Vila de São Salvador é a Pensão Jardineira, local de histórias de amor, aventura e comédia. A taverna, chefiada por Rosalinda (Luiza Thomé), é o ponto de encontro dos homens do lugar.

Por conta disso, um dos assuntos mais comentados no lugarejo é a rivalidade entre Rosalinda e Dona Urraca de Almeida (Jussara Freire), mãe do comendador Almeida. Urracase considera uma defensora da tradição e dos bons costumes. Por isso, não esconde de ninguém sua raiva por Rosalinda.

Ela passa boa parte do tempo criticando o comportamento da inimiga e de Dália (Manuela Duarte), Petúnia (Robertha Portella) e Violeta (Débora Gomes), que vivem e trabalham na taverna. Assim, cabe ao capitão Loreto (Junno Andrade), chefe da guarda e responsável por manter a ordem na Vila, tentar acalmar os ânimos das duas rivais.

Luta pela abolição

“Escrava Mãe” também apresenta a inquietação de muitos cidadãos contra a escravidão. Na trama, em um momento em que a circulação de informações e novas ideias poderiam representar perda de poder à Coroa, o professor Átila (Léo Rosa) demonstra interesse em criar um jornal na Vila, para espalhar suas ideias abolicionistas. Em pouco tempo, o rapaz torna-se uma dor de cabeça para o capitão Loreto.

O interesse do escritor desperta a atenção de muitos jovens. É o caso da sinhá Filipa (Milena Toscano), filha do coronel Quintiliano. Revoltada com a realidade de submissão das mulheres da época, ela também não se conforma com o tratamento dado aos escravos. Assim, ela resolve lutar pela abolição da escravatura junto a Átila e ainda tentará resolver um mistério que ronda a morte de sua mãe.

Bastidores e curiosidades

“Escrava Mãe” começa a ser exibida com todos os seus capítulos já gravados, uma vez que seus trabalhos foram encerrados em novembro de 2015. A trama, que deveria estrear no segundo semestre do ano passado, no lugar de “Os Dez Mandamentos”, teve sua estreia adiada pela direção da Record algumas vezes. Prevista para ir ao ar às 20h30, a emissora mudou os planos. Assim, a trama histórica de Gustavo Reiz foi deslocada para uma nova faixa, a das 19h30.

Este novo horário também gerou alguns adiamentos, diante das esticadas que a Globo fez no sucesso "Totalmente Demais", que enfim terminará na segunda (30). Desta forma, "Escrava Mãe" começará no mesmo dia de "Haja Coração".

Os consecutivos atrasos causaram incertezas entre os profissionais da novela. Alguns atores, que foram convidados para outros trabalhos na TV, precisaram recusar convites devido à incerteza sobre a data de exibição de “Escrava Mãe”.

O folhetim foi produzido pela produtora Casablanca, que assumiu o setor de teledramaturgia da emissora recentemente. Gravada no Polo Cinematográfico de Paulínia (SP), por meio de uma parceria com a prefeitura local, a trama foi a primeira novela brasileira filmada com tecnologia Ultra HD (4K). Sua cidade cenográfica foi erguida em uma fazenda na cidade de Rio Claro, também no interior paulista.

Autor e diretor

“Escrava Mãe” é a segunda novela de Gustavo Reiz como autor principal. Reiz começou a carreira ainda cedo. Com apenas 12 anos, teve seu primeiro texto encenado. Desde então, escreveu várias peças, com destaque para a adaptação “Tudo por um pop star”, e livros juvenis, como “Proibida pra mim”, “Sonhos de umas férias de verão” e “Bate Coração”.

Com apenas 22 anos, ingressou na TV, ao participar de um workshop de roteiro ministrado por Doc Comparato no SBT. Na emissora de Silvio Santos, integrou a equipe de roteiristas de “Os Ricos Também Choram” (2005).

Dois anos depois, migrou para a TV Record, onde foi colaborador na novela “Luz do Sol” (2007). Desde então, escreveu as minisséries bíblicas “Sansão e Dalila” (2011) e “Milagres de Jesus” (2014) e foi autor da novela “Dona Xepa” (2013).

Já o diretor Ivan Zettel possui décadas de dedicação à teledramaturgia. Iniciou sua carreira na TV Globo como assistente de direção da novela “Vale Tudo”, em 1988.

Na emissora carioca, integrou a equipe de direção de tramas como “O Dono do Mundo”, “De Corpo e Alma”, “O Cravo e a Rosa” e “A Padroeira”. Com passagens por Band, Manchete e SBT, Zettel migrou para a Record em 2006, emissora na qual assinou a direção das novelas “Cidadão Brasileiro”, “Luz do Sol”, “Rebelde” e “Dona Xepa”.

Anote na agenda

“Escrava Mãe” estreia na próxima terça (31), às 19h30, na Rede Record.

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