Nova Era

Desligamento analógico em São Paulo e guerra contra operadoras movimentam noite na televisão

RecordTV, SBT e RedeTV! fizeram programas especiais sobre o assunto


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Fotos: Reprodução/ Lourival Ribeiro/SBT/ Francisco Cepeda/SBT

Desligamento de sinal analógico movimenta canais em noite de novo capítulo na guerra contra a TV paga

Esta quarta-feira (29) marcou o fim de uma era na televisão aberta brasileira, com o apagão analógico em São Paulo e nas 39 cidades que compõem a principal praça para as emissoras, onde se concentra a maior parte do mercado publicitário e dos anunciantes.

O desligamento movimentou os canais, que, além de investir na compra de equipamentos e adequação de elementos de cena (cenário, figurino, maquiagem), também investiram pesado em campanhas para informar ao telespectador como proceder para ter acesso à nova tecnologia.

Também houve investimento do governo, com a distribuição de kits com antenas e conversores de forma gratuita para famílias de baixa renda e participantes de programas como o “Bolsa Família”.

De acordo com pesquisa realizada pelo Ibope, mais de 90% dos domicílios da região metropolitana de São Paulo já possuíam acesso à TV digital e, considerando os avanços nos dias posteriores à pesquisa, estima-se que 95% da população já tinha acesso à tecnologia no momento do desligamento da TV analógica.

Disputa

Em meio a todas essas mudanças, uma disputa entre RecordTV, SBT e RedeTV!, unidas por meio da joint-venture Simba Content, com as operadoras de TV paga atraiu a atenção dos telespectadores.

Isso porque, com o desligamento do sinal analógico, que era carregado de forma gratuita e obrigatória pelas teles, as emissoras passaram a ter a opção de cobrar pela distribuição de seus sinais digitais.

TVs como Globo e Bandeirantes já recebem desde 2014, negociando-os em conjunto com seus canais exclusivos para a TV paga, mas as operadoras relutam em pagar pelo sinal das outras três grandes redes abertas brasileiras.

O desligamento da TV analógica marcou o fim do carregamento obrigatório dos canais abertos pelas operadoras e propiciou que a Simba ordenasse a retirada dos três canais que representa do line-up, não concedendo autorização para sua veiculação.

Com isso, cerca de 7 milhões de assinantes de Net, Sky, ClaroTV, OiTV, entre outras, tiveram retirados de seu pacote o sinal de RecordTV, SBT e RedeTV!, causando prejuízo aos telespectadores e congestionamentos nas centrais de atendimento das operadoras, além de muita reclamação nas redes sociais.

A única exceção foi a Vivo, que se aproximou de um acordo ainda na quarta-feira e teve a exibição do sinal das três autorizada.

Desligamento

Desligamento analógico em São Paulo e guerra contra operadoras movimentam noite na televisão

No momento do apagão, as três emissoras que compõem a Simba Content tratavam do assunto em seus programas, dando destaque para a disputa contra as operadoras.

Tanto na Record quanto na RedeTV!, os apresentadores Gugu e Luciana Gumenez conversaram com especialistas e demonstraram de diversas maneiras como comprar, instalar e configurar os equipamentos necessários para recepção dos canais.

Desligamento analógico em São Paulo e guerra contra operadoras movimentam noite na televisão

Luciana ainda reforçou que as operadoras, exceto a Vivo, também teriam os sinais desligados, criticando veementemente a atitude das teles.

Já no SBT, um time de peso foi escalado para conversar sobre o desligamento da TV digital, com as presenças de Celso Portiolli, Raul Gil, Christina Rocha, Silvia Abravanel, Otávio Mesquita, Danillo Gentili, Carlos Nascimento e Marcelo de Carvalho, sócio da RedeTV!, para comentar o fim da transmissão do sinal analógico e a saída das operadoras.

Desligamento analógico em São Paulo e guerra contra operadoras movimentam noite na televisão

Seguindo a linha dos outros apresentadores, Ratinho também demonstrou como proceder para acessar ao sinal digital, com direito a link na casa de uma telespectadora com a repórter Magdalena Bonfiglioli. Coube a Marcelo de Carvalho explicar as negociações entre a Simba e as operadoras e o que aconteceria com as três emissoras.

Gravando o "Máquina da Fama" em outro estúdio, Patrícia Abravanel entrou ao vivo e se pronunciou, como herdeira de Silvio Santos: “Eu queria dizer que há quase 36 anos o SBT conta com o trabalho de seus artistas e colaboradores para estar no ar. Um trabalho espelhado no meu próprio pai, que com seus 86 anos continua se dedicando a esta empresa. E é por isso que nós aqui do SBT junto com outras emissora a gente quer ter o pagamento justo pelo fruto do nosso trabalho. Porque a gente quer continuar com você”.

Desligamento analógico em São Paulo e guerra contra operadoras movimentam noite na televisão

A hashtag #QueremosContinuarComVc, criada por RecordTV, SBT e RedeTV! como forma de pressão contra as operadoras, chegou a registrar dezenas de novos tweets por minuto após a meia-noite, entrando nos Trending Topics do Twitter.

Nos sites, apenas a Sky colocou nota com esclarecimentos sobre a ausência dos sinais em seus pacotes.

Audiência

A primeira madrugada após o chamado “switch-off”, conforme era esperado, derrubou a audiência das emissoras representadas pela Simba.

De acordo com números consolidados do Ibope, a RecordTV apresentou queda de 32% no “Programa do Porchat” e 65% no “Fala que eu te Escuto”, enquanto o SBT oscilou alguns décimos com o “The Noite” e caiu cerca de 33% com o “SBT Notícias”. A RedeTV!, em contrapartida, não registrou alterações significativas nos números do Ibope.

Próximos passos

A próxima região que sofrerá o desligamento analógico será a metropolitana de Goiânia, em 31 de maio. Composta por 29 municípios, a área já possui 80% dos domicílios já preparados para a recepção do sinal digital.

Em julho será a vez das regiões metropolitanas de Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte e Recife, além das cidades de Sobral e Juazeiro do Norte, no Ceará.

O interior do estado de São Paulo tem seu desligamento analógico marcado para setembro, enquanto Rio de Janeiro e Vitória sofrerão o switch-off em outubro e as demais cidades brasileiras passarão pelo processo ao longo do próximo ano.

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