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Prontos para transmissão, Chico e Monalisa falam sobre o Carnaval de SP


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Divulgação/TV Globo
Exibido para boa parte do Brasil desde os anos 90, os desfiles das escolas de samba de São Paulo vem numa crescente de audiência nos últimos anos na Globo.
 
Muito por conta de Chico Pinheiro e Monalisa Perrone, que encontraram um jeito de transmissão que tem agradado tanto o telespectador mais fiel quanto também o público mais novo, que se manifesta nas redes sociais. 
 
A dupla vai para o quarto ano de transmissão juntos. Chico já está há 16 anos, e antes de virar uma narradora, Monalisa sempre era escalada como repórter na Avenida, sendo uma das principais nomes da exibição do Carnaval paulista. 
 
Os trabalhos começam na noite desta sexta-feira (24), logo após o "BBB17", a partir das 23h. Hoje, desfilam Tom Maior, Mocidade Alegre, Unidos de Vila Maria, Acadêmicos do Tatuapé, Gaviões da Fiel, Acadêmicos do Tucuruvi e Águia de Ouro. 
 
Já no sábado (25), a exibição começa também após o "BBB17", mas às 22h45. Quem desfilará será a Mancha Verde, Unidos do Peruche, Império de Casa Verde - atual campeã do Carnaval Paulista -, Dragões da Real, Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde e Sociedade Rosas de Ouro. 
 
Em conversa exclusiva com o NaTelinha, Chico e Monalisa comentam o que esperam deste ano, o que os encantam nos desfiles, as comparações dos desfiles das escolas de São Paulo com as do Rio, e sobre as confusões na apuração de SP, que acabam rendendo mais mídia do que os desfiles em si muitas vezes. 
 
Veja a entrevista na íntegra: 
 
 
NaTelinha - Qual a preparação que vocês fazem para transmitir o Carnaval? 
 
Chico Pinheiro - Normalmente, o que a gente faz é estudar as escolas. Estuda cada enredo de cada escola, e naturalmente a gente procura contato com os carnavalescos, para não ser surpreendido com alguma novidade que às vezes a gente não está sabendo. Esse ano eu não pude visitar todos os barracões de todas as escolas, infelizmente, por falta de tempo. Eu vim do Rio de Janeiro essa semana, mas estou estudando cada uma das escolas. Agora há pouco, eu falei com o presidente da Liga de Escolas de Samba, o Serginho (Paulo Sérgio Pereira, presidente da Liga das Escolas de SP), e a gente vai se inteirando. Pela pesquisa do pessoal da Globo, que faz algo bem feito, pela internet, e vamos conversando... Sem contar a experiência dessa equipe fabulosa. São 16 anos fazendo. 
 
Monalisa Perrone - A preparação, além de estudar, de conversar com os carnavalescos, ir em todos os barracões, saber como foi a preparação, ela também é virar a chavinha. A gente vira a chave do dia a dia, de política, do dia a dia, e eu, pelo menos, só estou lendo e ouvindo coisas do Carnaval. Eu estou assim desde a sexta-feira passada, quando eu fiz meu último "Hora 1" antes do Carnaval. E estou mergulhada nesse universo, que é para realmente entrar já no clima. A preparação é difícil. Nunca me sinto totalmente preparada, mas estou preparada para dar o meu melhor. 
 
NaTelinha - Como jornalistas, o que vocês mais gostam de ver numa transmissão? O que mais gostam numa escola quando ela está desfilando na avenida?
 
Chico Pinheiro - A minha preferência é ver alegria na avenida. Não adianta uma escola vir com muito luxo, riqueza, se você não sente o samba fluindo. Antes de tudo é um desfile de escolas de samba. Então, o samba tem que estar no sangue, na alma, na comunidade, o envolvimento de milhares de pessoas que trabalharam pra que esse Carnaval acontecesse. Esse é o ponto mágico que faz uma escola ser campeã nos pontos, ou no coração das pessoas. 
 
Monalisa Perrone - O que eu mais gosto de uma transmissão é a surpresa. Eu adoro ser surpreendida. Por uma coreografia, por uma performance da bateria diferenciada, por uma surpresa que vai sair de uma alegoria. Não só para o público, mas para mim também. É uma delícia quando a gente consegue curtir esse efeito surpresa, dar um gás. Eu sempre fico esperando a surpresa, que tem acontecido cada vez mais, né? 
 
NaTelinha - Quais as diferenças do Carnaval Paulista do que é feito no Rio? Tem alguma diferença gritante?
 
Chico Pinheiro - Essa comparação é sempre feita, né? Como se fosse aquela velha disputa de Fla-Flu, Rio e São Paulo... São carnavais com características próprias, né? O Carnaval do Rio tem uma pressão muito maior. É o maior Carnaval de desfile de avenida do Planeta. O Carnaval de SP é mais de casa, mais de comunidade, mas a cada ano crescendo, surpreendendo, e tenho certeza que várias escolas de SP seriam aplaudidas no Rio, sem dúvida. São características diferentes, de tradição. Essa competição não pode existir. Mas acho que é um espetáculo tão grandioso quanto o do Rio, acho ótimo. 
 
Monalisa Perrone - Eu não acho que Carnaval tenha que ser comparado. Eu acho que Carnaval tem que ser curtido. De preferência ser compreendido também, muitas vezes nossa função lá é explicar melhor uma inspiração. Mas Carnaval não se compara, se aproveita, se curte, e é essa a alma da festa. Se ficar comparando, perdeu, não é mais festa. 
 
NaTelinha - Preocupa saber que a apuração do Carnaval Paulista tem sido conhecido mais pelas confusões na apuração do que pelo desfile? 
 
Chico Pinheiro - Claro! Porque isso, algumas vezes, tira o brilho do que aconteceu na avenida, né? Algumas vezes, a avenida mostra o congraçamento das escolas tão grande... Eu já vi várias vezes escolas de samba passando por problemas desde a concentração, às vezes até mesmo durante o desfile. Problemas com carros alegóricos, problemas técnicos para desfilar... Eu acho muito legal o nome co-irmãs. Na dificuldade, as co-irmãs se ajudam. Não é a rivalidade do futebol, que um tenta secar o outro. Na hora do sufoco, uma ajuda a outra, eu já vi várias vezes isso acontecer. E quando chega na apuração, muitas vezes, você vê cenas lamentáveis de brigas, de divisões, que você não vê passando na avenida. Muito por conta das torcidas que aparecem, que parecem torcidas de futebol, e elas agora tem saído do processo de apuração. A Liga tem tomado medidas para evitar essas baixarias, que são lamentáveis. 
 
Monalisa Perrone - Tomara que não aconteça. Se não acontecer, ótimo, mas se acontecer, estaremos lá para mostrar o que está acontecendo. As notas, as comemorações, tudo isso fica em segundo plano, e aí a notícia principal é a confusão, naquele momento, se houver confusão. Tomara que não haja. Se acontecer, a gente mostra, caso não, melhor para todo mundo. 
 
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